Correio Braziliense
postado em 30/01/2020 04:06
Para salvar o país do subdesenvolvimento Sem dúvida o desertar para a necessidade de retirar o cidadão brasileiro da escuridão do analfabetismo foi uma das mais importantes contribuições do movimento modernista e que viria a ser parcialmente atendido, somente com a chamada Revolução de 30, com a implantação das primeiras e mais importantes escolas públicas, fundadas nas capitais.
Embora ainda frequentadas em grande parte pela elite do país, foi graças a esses estabelecimentos que o Brasil deu os primeiros passos em direção ao saber. Pertence a esse período também a propagação de um lema que chamava a atenção para a necessidade de combate ao analfabetismo e que, por muito tempo, serviu como norte a alguns governos. Criado pelo escritor Monteiro Lobato, o lema dizia: “Um país se faz com homens e livros”, querendo dizer, nas entrelinhas, que o país realmente próspero se constrói com cidadãos letrados e cônscios de seus destinos, que não se deixam manipular, sabem da sua importância e têm clareza sobre a condição humana e sobre o mundo em volta.
Passado exatamente um século dessas primeiras manifestações sobre a importância na aquisição do saber e domínio das letras, é possível constatar ainda que o Brasil ostenta algo em torno de 12% de sua população vivendo na escuridão absoluta do analfabetismo e outros tantos por cento ostentando o diploma de analfabetos estruturais, ou seja, sabem ler e escrever, mas não entendem o que escrevem ou leem.
O mais significativo e sintomático desse tempo de escuridão que parece estar de volta, com televisão e outras atrações sabidamente subculturais (sem contrapartida aos subsídios que recebem do governo), pode ser verificado nas grandes metrópoles brasileiras, também com o fechamento de praticamente todas as livrarias existentes.
Sem bibliotecas públicas de referência e agora com a despedida melancólica das poucas livrarias que existiam pelo país, parecem restar poucos caminhos para salvar o país do subdesenvolvimento cultural: ou as grandes editoras de livros se unem, criando uma gigante do setor, ou o governo assume esse papel, deixando de lado estatais que produzem derivados de petróleo, e organize uma bem aparelhada estatal do livro, erguendo uma editora nacional e moderna, com a publicação de livros de alta qualidade a preços honestos e acessíveis a todos.
Ou é isso, ou será o retorno do bicho-de-pé e da barriga cheia de lombrigas.
A frase que foi pronunciada
“Nunca conheci um homem tão ignorante que não pudesse aprender algo com ele.”
Galileo Galilei, físico, matemático, astrônomo e filósofo florentino.
Ainda isso
» Depois da divulgação de que o Brasil ocupou as últimas posições no Programa Internacional de Avaliação de Estudantes (Pisa), realizado pela Organização para a Cooperação do Desenvolvimento Econômico (OCDE), até agora como política pública o que se tem visto é a sugestão das Secretarias de Educação para que os professores não reprovem alunos. Sejam ruins ou péssimos.
Abuso
» Pais de colégios particulares nos enviaram a foto de uma maletinha com alguns livros, em que é cobrado nada menos que R$ 650. Material obrigatório para crianças de 4 anos de idade. Um verdadeiro absurdo. Veja as fotos no Blog do Ari Cunha.
Mosquitoeira
» Criada por Antônio C. Gonçalves Pereira e Hermano César M. Jambo, a mosquitoeira é uma armadilha caseira que pode diminuir a proliferação de mosquitos. Veja no Blog do Ari Cunha como usar a garrafa pet para esse fim.
Mobilidade
» Mesmo em locais onde há calçadas, cadeirantes preferem o asfalto para fugir dos postes no meio do caminho ou as sucessivas subidas e descidas de meio-fio.
Sem emprego
» Prova do desemprego na capital está na fila gigantesca formada em volta do estádio Mané Garrincha. Gente com diploma de curso superior, e experiência em diversas atividades administrativas engrossaram as filas para o banco de talentos em serviços gerais.
Novamente
» Entre os inúmeros infiltrados que têm se concentrado em minar o pessoal nomeado pelo presidente Bolsonaro, agora chega a notícia de que a Polícia Federal concluiu sobre as mensagens que derrubaram o general Santos Cruz. Eram falsas.
História de Brasília
Os candangos da obra do Hotel Nacional interromperam, ontem, seu trabalho para dar caça a um veado que apareceu em frente às lojinhas. (Publicado em 15/12/1961)
História de Brasília
Os candangos da obra do Hotel Nacional interromperam, ontem, seu trabalho para dar caça a um veado que apareceu em frente às lojinhas. (Publicado em 15/12/1961)
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