Correio Braziliense
postado em 01/02/2020 04:13
Cassinos
Li com maior precisão o artigo Cassinos, aposto nessa ideia (31/1, pág 11). A minha resposta fica dentro do contexto. Apenas gostaria de expressar o altruísmo da proposta do autor. Infelizmente, não estamos nos Estados Unidos, Alemanha, Japão ou qualquer outro país do tamanho dessas potências. A própia quantidade de projetos que tramitam no Congresso caracteriza da mesma forma o tamanho do lobismo. Embora a Região Nordeste tenha a maioria no Congresso, duvido muito que entre eles chegassem ao denominador comum sobre o local privilegiado. No Brasil, não existe a prioridade racional e, sim, a prioridade promocional, aquela que enche a guaiaca de grana. Por outro ângulo, caso seja aprovada abertura de cassinos no Brasil, não vejo turisticamente um Copacabana Palace, um Quitandinha, um Guarujá, uma grande metrópole no Nordeste ou uma Foz do Iguaçu, sem os privilégios de uma grande casa de jogos. Se não fizerem em Balneário Camboriú, os sulistas da classe média continuarão frequentando o Uruguai, a Argentina e o Paraguai. É a realidade.
Edison Bittencourt, Brasília
» O Correio fez muito bem em levantar esse debate. Sou piauense de Corrente. Conheço bem a região nordestina. Tenho grande admiração por Silvestre Gorgulho não só como escritor (jornalista), mas como gestor público. Amo seus escritos e esse artigo, em especial, merece nota 10. Sua abordagem sobre um tema tão polêmico é sensacional. A leveza com que o tema foi tratado merece uma análise isenta do leitor, isenta de qualquer tipo de preconceito.
Helvia Paranaguá, Asa Sul
» Concordo em gênero, número e grau com o artigo Cassinos, aposto nessa ideia (31/1, pág 11). Sem falar na repercussão de arrecadação fiscal, extremamente positiva para a crise que vivemos. Outro ponto seria a gestão dessa área, que pode abranger partes de diversos estados, tipo um distrito especial, que seria um desafio institucional interessante, colocando-se, entre outras alternativas, contrato de gestão com a iniciativa privada.Mas estou interessado mesmo é em participar de um bolão com você (Silvestre Gorgulho) quando for jogar pela primeira vez na Mega-Sena. Vamos ganhar com certeza.
Maurício Vasconcelos, Economista
Demissões
O poder público acredita que reduzir o número de servidores é a fórmula ideal para diminuir as despesas. Mas ninguém ousa eliminar o excessivo gasto com mordomias, como carros oficiais, viagens em primeira classe, cartões corporativos e os cargos comissionados. O Legislativo é um poço sem fundo a consumir o dinheiro público. Em Brasília, o que justifica a Câmara Legislativa ter uma frota de veículos novos para atender os deputados distritais? Por que cada um não usa o próprio carro para se deslocar ao trabalho? Nos países desenvolvidos, não existem tantas mordomias como aqui. Ministros, assessores e magistrados seguem para o trabalho no próprio carro. Aqui, as despesas pessoais das autoridades correm à conta do erário. Quais as razões para se destinar tanto dinheiro à chamada verba de gabinete? A tão pregada austeridade inexiste no mundo real. Os ocupantes dos cargos de primeiro escalão são os primeiros a desprezarem os recursos públicos, pois, absurdamente, ainda agem sob a lógica: “Não é meu dinheiro”. De fato, o dinheiro não é só dele, mas do trabalhador que, ano após ano, sente o aumento dos impostos, taxas e tributos arracancar do bolso o que conseguiu ganhar com muito esforço e suor e que não pode gastar com lazer ou com algo que lhe proporcione contentamento. O dinheiro dele alimenta o Estado, cujos representantes gastam sem critério.
Arthur de Castro, Asa Sul
Educação
Nem de longe tenho qualquer admiração pelo presidente da Câmara, Rodrigo Maia. Mas reconheço que, no atual cenário político, ele tem tido papel importante para conter os retrocessos que o Executivo busca impor ao país, sob a arcaica orientação dos neopentecostais. As recentes declarações de Maia sobre o ministro Weintraub, da Educação, traduziram com fidelidade o que pensa a parcela inteligente da sociedade brasileira. Ao trapalhão da Esplanada, foi dado um dos mais importantes ministérios. As confusões do Enem deste ano foram vergonhosas. A empáfia de Weintraub, ao garantir que seria o melhor Enem de toda a história, tornou o fiasco ainda maior. Não é que em anos anteriores não tenham ocorrido erros e fraudes, mas não chegavam ao público com uma moldura de arrogância e prepotência, como o ministro exibiu a cada entrevista na tentativa de explicar o imponderável. Falta a Weintraub, minimamente, um pouco de decoro. Não cai bem para quem comanda a pasta da Educação usar as redes sociais para agredir pessoas. São exemplos deploráveis que reforçam o discurso de ódio, um dos traços mais vigorosos do governo e seus asseclas.
Teresa Barbosa, Octogonal
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