Correio Braziliense
postado em 07/02/2020 04:05
Transporte
Brasília é a metrópole com o mais grave problema de mobilidade urbana. Passam os governos, mas a deficiência permanece. Há bilhões para construir um estádio inútil ou um prédio enorme que ninguém sabe para que serve, mas não há dinheiro para implantar um VLT ou uma linha de metrô. Em consequência, na falta de meios de transporte coletivo, a população apelou para o transporte alternativo. É da natureza humana: na falta de um bem indispensável, cria-se uma alternativa. São empregados que precisam ir para o trabalho e voltar para casa e desempregados que precisam trabalhar para sustentar a família. Recentemente, a câmara distrital votou uma lei que prevê a aplicação de multa de R$5 mil ao motorista que prestar serviço de transporte pirata e de R$10 mil no caso de reincidência. Não percebeu que o problema não é a clandestinidade, mas, sim, a deficiência crônica do sistema de mobilidade urbana. A lei não resolverá nada e a pirataria continuará, pois há demanda intensa. E onde há demanda, brota o serviço. Em vez de extinguir o transporte pirata, talvez seja mais conveniente regulamentá-lo. Como? Autorizando que automóvel particular, dirigido exclusivamente pelo seu proprietário, possa prestar serviços de transporte urbano em caráter precário e emergencial, do tipo lotação, que obedeceria a algumas regras básicas de proteção ao usuário. Por exemplo: não poderia ser credenciado o motorista que, nos dois últimos anos, tenha sido autuado por dirigir com teor alcoólico acima do permitido ou que tenha mais de sete pontos negativos na carteira de habilitação. O veículo não poderia ter mais de 10 anos de fabricação e seria submetido à vistoria pelo Detran, especialmente quanto às condições dos pneus, freios, faróis e estado de conservação. O preço da viagem seria de livre negociação entre o motorista e o passageiro. O veículo exibiria no para-brisa o número da autorização e o destino ou percurso. Tão logo o trabalhador tenha transporte coletivo, o alternativo desaparecerá.
» Cid Lopes,
Lago Sul
Absurdo
O pagamento de gratificação a ex-conselheiros do Tribunal de Contas do DF (TCDF) é um absurdo sem-fim! Aliás, é um órgão que custa uma fortuna aos nossos contribuintes e que deveria dar o exemplo de austeridade, mas faz exatamente o contrário, pagando jetons até a quem não é mais do quadro. E quem fiscaliza o TCDF ? Está na hora, já passou da hora de dar um basta nestas mordomias do Legislativo e do Judiciário. Juízes lá de Pernambuco receberam mais de R$ 1 milhão em 2019, cada um deles (como pode isso num país em crise?). Realmente, nós estamos entregues a um monte de urubus e sanguessugas do dinheiro do povo!
» Washington Luiz Souza Costa,
Samambaia
Trapaças
Não dá para entender esse novo Congresso. Continuam as locupletações, as vaidades, as verbas milionárias, as cumplicidades, as orgias com o dinheiro público, as trapaças para aprovarem projetos, os corporativismos, as negociatas para receberem emendas parlamentares e mais: auxílio-paletó, auxílio-selo, auxílio-moradia, auxílio-combustível e outros auxílios. Também temos vale-transportes e vale-refeição. Ainda: plano de saúde vitalício, pensão para filhos e outros penduricalhos. Se duvidar tem até verba para motel. Assim é o Congresso Nacional, composto de Senado e Câmara dos Deputados. Os velhos continuam mandando. Os novos, com cara de... não reagem às maracutaias que tanto falavam antes de se tornarem parlamentares. A farra continuará em 2020 com a reforma administrativa e tributária. A pergunta é: quanto cada um levará para aprová-las?
» José Monte Aragão,
Sobradinho
(In)coerência
Pedro Bial criticou o documentário Democracia em Vertigem e sua cineasta Petra Costa. Foi acusado de sexista e misógino pela ex-presidente Dilma Rousseff. Nunca vi sentido nas coisas que Dilma falava e continuo não vendo. Enquanto Bial criticou Petra, Zé de Abreu voltou a atacar Regina Duarte, com frases sexistas. Dilma se calou. O discurso de Abreu é um discurso de ódio, de dividir seres humanos por merecimento ideológico. É, na teoria, um discurso fascista. Porém, por ser de esquerda, a militância aceita e nada fala. Abreu tem salvo-conduto, é “guerreiro do povo brasileiro” contra a extrema direita que ele chama de fascista. Abreu pode tudo: quem não se lembra que cuspira em um casal e ganhou como prêmio alguns minutos no Programa do Faustão para justificar o injustificável de sua escatológica conduta? Agora, Zé de Abreu, como membro da esquerda caviar que é, vai se mudar para Nova Zelândia, país com um governo social-democrata de centro, monarquia parlamentarista e um dos mais liberais do mundo. Em resumo, a Nova Zelândia tem tudo que Abreu critica e se opõe. Talvez por isso, a Nova Zelândia seja extremamente desenvolvida. Definitivamente, é mais fácil um disco voador descer no Congresso do que esse pessoal de esquerda ter um pingo de coerência.
» Ricardo Santoro,
Lago Sul
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