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Correio Braziliense
postado em 11/02/2020 04:16
Folia diabólica

Assim como em outras cidades do país onde o carnaval é concorrido justamente pelo clima de “liberou geral”, em Brasília vai se instalando também, a cada ano, a folia do vale -tudo. Pelo que foi visto neste fim de semana em torno do Museu da República, com o bloco sintomaticamente denominado “Quem Chupou Vai Chupar Mais”, o précarnaval deu mostras do que vem por aí, prometendo transformar Brasília na capital do consumo desenfreado de bebidas e drogas, principalmente por menores, com multidões urinando nas vias públicas, banhos de xixi, cenas de sexo explícito, brigas generalizadas, sequências de roubos, de agressões, depredações de patrimônio público, assédio sexual e atentados violentos contra mulheres e todo  tipo de crime contido no Código Penal, inclusive assassinatos e latrocínios.

Esse bloco recebeu do GDF R$ 199.431. Verba que deveria ser repassada para a família de Matheus Barbosa. No blog do Ari Cunha, veja a lista completa dos blocos de carnaval patrocinados.

Aproveitando as multidões que se aglomeraram na mais problemática e violenta região da área central da cidade, a Rodoviária do Plano Piloto, gangues vindas de todos os cantos da capital, na ausência de um policiamento eficaz e duro, fizeram a festa de Momo, deixando um rastro de crimes e de impunidade. A cobertura legal imposta pelo Estatuto da Criança e do Adolescente aos (nem tão pequenos assim) marginais, a inoperância dos tribunais e o desânimo das polícias Civis e Militares, diante da sistemática impunidade a esses jovens bandidos e seus mentores adultos, tornam esse tipo de evento num verdadeiro festim diabólico.

Para os brasilienses que têm a infelicidade de morar nas vizinhanças onde acontecem essas orgias festivas, o caos e  o medo são os mesmos. Apavorados com o descontrole que parece tomar conta da capital, muitos brasilienses simplesmente deixam a cidade, assim como acontece no Rio de Janeiro, em São Paulo, Salvador, Recife e outras capitais que são tomadas por essas folias sem controle.

Para os idosos ou aquelas pessoas impossibilitadas de deixar a capital, o jeito é se trancar em casa e rezar. De fato, pelo que se viu, apenas nesse período pré-carnavalesco os órgãos de segurança têm se demonstrado incapazes de conter o vandalismo generalizado e a série de crimes que ocorrem dentro e nas vizinhanças desses blocos.

Obviamente que quando uma fatalidade acontece todos os envolvidos na realização de evento dessa natureza tratam logo de empurrar a culpa para o outro. Um exemplo é o caso do assassinato do jovem folião Matheus Barbosa, enterrado ontem. Não é culpa dos órgãos de segurança do DF, dos organizadores do bloco, das autoridades e da Administração da Cidade que concederam o alvará liberando a folia naquele local e de ninguém. A culpa é da omissão e da permissividade que parece ter tomado conta da sociedade brasiliense, que por razões diversa deixa de impor a vontade soberana dos cidadãos contra a realização, sem o menor critério, de eventos absolutamente sangrentos e obscenos como esses.

A frase que foi pronunciada

“A maioria dos homens são maus juízes quando seus próprios interesses estão envolvidos.”
Aristóteles, fundador da escola peripatética e do Liceu, filósofo grego.

Invista
  • Parece que Janette Dornellas se alimenta de trabalho. Seus 30 anos de carreira musical impulsionam mais e mais projetos na cidade. Na sua biografia são várias as performances. Cantora, atriz, professora, diretora, produtora e a mais importante: educadora. É assim que nos concertos ela contagia a plateia com sua paixão. As próximas apresentações: Dia 15 e 16 O telefone, mostra infantil. Dias 15 e 16 O caso de Norma Desmond e o Telefone. Mostra adulta. Veja no blog do Ari Cunha  as outras informações.

Orla
  • Pelo Lago Norte os bombeiros estão fazendo um bom trabalho no lago. Sempre há lanchas circulando. Já a polícia lacustre não tem sido tão presente.

Mudanças
  • Viajante anual para Barreiras e Buritirama, na Bahia, conta as mudanças de hábitos dos moradores graças ao acesso à televisão. Não havia comemoração de aniversários. Ninguém dava importância para chá de bebê, chá de revelação ou despedida de solteiro. Se esse poder da mídia televisiva fosse capilarizado para a educação, já seríamos um Brasil diferente.

Reconhecimento
  • Contribuintes acompanham de perto, no Portal da Transparência do DF, investimentos, gastos e licitações sem burocracia. Inclusive por telefone, funcionários são bastante prestativos nas respostas aos pedidos de informação.

Isso pode?
  • Facilitando a inscrição dos interessados em fazer parte do partido de Bolsonaro, o cartório da 504 Norte resolveu indicar com uma placa do lado de fora qual é o procedimento. A foto está no blog do Ari Cunha.

História de Brasília

Uma coisa que precisa ser respeitada no Plano de Brasília, é a utilização da W-2. O estacionamento de caminhões na W3, como, também, o abastecimento das lojas nessa avenida não dificulta nem entrava o trânsito, mas prejudica quem dirige pela pista do lado comercial residencial. (Publicado em 15/12/1961)
 

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