Opinião

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Correio Braziliense
postado em 18/02/2020 04:07

Fake, fake, fake sem freios

Quem teve a oportunidade de acompanhar alguns dos últimos depoimentos colhidos durante o desenrolar da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) das Fakes News pôde constatar que, muito além da preocupação na difusão de notícias falsas, seja pela mídia tradicional, seja pelas redes sociais, o que, de fato, interessa aos partidos — a todos eles — é conhecer a tecnologia disponível nos meios eletrônicos para ajudar na propaganda política.

Por trás da encenação e da briga fake que empreendem os parlamentares durante as oitivas, está o interesse pela captura dessa ferramenta, sua ampla utilização, os truques para criar armas de bombardeios de mensagens e outras mágicas, até ilegais, para alcançar o eleitor e , de quebra, tirar o concorrente do caminho por meio da difusão de boatos e difamação contra o oponente.

Todo o resto é teatro. De fato, o que se sabe hoje é que todos os partidos, com exceção, talvez, do Partido Novo, utilizam-se dos meios eletrônicos para fazer propaganda e espalhar notícias inverídicas. Além de ser um caso de polícia, e não de política, a CPI das Fakes News necessitava ser acompanhada por psicanalistas capazes de fazer uma leitura nas entrelinhas dos depoimentos e mesmo nas perguntas capciosas que, a toda hora, levam os debates para as cordas do ringue.

Muito antes do advento das mídias eletrônicas, o uso de fake news era uma prática corrente no mundo político nacional. A diferença é que, no passado, o uso desses estratagemas criminosos mirava muito mais a vida íntima dos candidatos, por intermédio de expedientes que buscavam desmoralizar o opositor de campanha, por meio de calúnias e difamações.

Quando, em dezembro de 1939, Getúlio Vargas criou o Departamento de Imprensa Propaganda (DIP), o objetivo não declarado era de, além fazer divulgação dos feitos de seu governo, supervalorizar suas ações, espalhar rumores sobre seus opositores, do mesmo modo que faziam muitos jornais da época, como a Tribuna da Imprensa. Para os estudiosos dos costumes brasileiros, a calúnia e a difamação sempre foram os elementos muito usados ao longo de nossa história para barrar o avanço dos antagonistas.

» A frase que foi pronunciada:
“A ilusão do autor é um dos mais finos estratagemas da Criação.”
Joaquim Nabuco, político, diplomata, historiador, jurista, orador e jornalista brasileiro

Secretário
» Nossa equipe desvendou o mistério do caso das casinhas de corujas e árvores plantadas pela Asa Norte que, até hoje, aparecem sem autor. Ele não quer o nome divulgado. “Pode me chamar de secretário de São Francisco”, disse ele, que é devoto do santo e plantou centenas de árvores, além da confecção de dezenas de abrigos para as corujas. Tudo em homenagem ao santo. Veja a foto no Blog do Ari Cunha.

Liberdade vigiada
» Carnavalescos terão o apoio do Centro Integrado de Operações de Brasília no monitoramento da alegria. Baderneiros e ações criminosas terão a máxima atenção das autoridades para a imediata repressão. O delegado Anderson 
Torres e equipe estão 
com tudo pronto.

Crise e oportunidade
» Nesse ambiente alarmista, causado pelo coronavírus, é o momento certo de os ministérios da Saúde e da Educação elaborarem uma estratégia para divulgar pelo país a forma mais higiênica de se espirrar: na dobra do braço. É científico o corte da proliferação dos germes. Veja, no Blog do Ari Cunha, a experiência feita em laboratório da Califórnia sobre o alcance da contaminação de um espirro. Com a palavra o ministro Luiz Henrique Mandetta.

De longe
» Paulo Roberto Mattos, diretor da Orquestra de Corda da Ilha, convida as autoridades e moradores de Santa Catarina que agora moram em Brasília e a população da capital a comparecerem ao concerto de 25 de março, em Florianópolis. Repertório Carlos Gomes e Alberto Nepomuceno. 
Ney Rosauro interpretará obra própria.

Antes que...
» Odailton Charles deve ser o nome da operação para investigar casos de corrupção nas escolas. Leitora adverte que se houver apuração legal, vai arrastar muita sujeira que estava debaixo dos tapetes das escolas. E dá a dica: Vargem Bonita.

Parabéns
» Hoje é aniversário de um dos nossos colaboradores, Mamfil, Manoel Andrade. A equipe faz a festa.

História de Brasília
Hoje, é o aniversário de um homem tímido, inteligente, capaz, seguro, às vezes ingênuo, que confia nos homens, acredita nas palavras alheias. Hoje, é o aniversário de um homem simples, que tem tudo para ser orgulhoso. Hoje, é o aniversário de um gênio. Bom dia, doutor Oscar Niemeyer. (Publicado em 15/12/1961)
 
 

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