Correio Braziliense
postado em 20/02/2020 04:06
Paulo Guedes
O ministro Paulo Guedes andou pisando na bola. Em novembro, nos EUA, lembrou o AI-5 para conter possíveis distúrbios nas ruas. Agora, em fevereiro, comparou servidor a parasita, por tirar vantagens de um Estado quase morto, além de criticar viagens de domésticas à Disney. Infelicidade total. Em 1973, por muito menos, Delfim Neto foi muito criticado, porque teria dito que o “Estado era um ser aético”. Guedes tem de ter paciência, sensibilidade e autocontrole, afinal ele não é mais um consultor ou professor, é o ministro da Economia do Brasil, a oitava economia do mundo, e concentra atribuições de cinco outros ministérios. Assim, o que ele fala tem consequências: pode tranquilizar pessoas e mercados, ou pode causar terremoto. Sabemos que Guedes está sob muita pressão, pois o tempo passa e as reformas prometidas não andam. O texto da reforma administrativa está na mesa do presidente desde o ano passado e não saiu do lugar. No início, era para evitar uma crise nas ruas, como ocorria no Chile. Mas veio 2020 e a mensagem de Bolsonaro, lida na abertura dos trabalhos do Congresso, não falou da reforma. Guedes ficou indócil, não se conteve e falou demais. Parece que agora a reforma vai para o Congresso, mas, em qualquer situação, Guedes tem de saber se controlar, afinal frases desastrosas só criam dificuldades para ele mesmo.
» Ricardo Pires,
Asa Sul
Cegueira
A cegueira ideológica da mídia “mainstream” é tão grande, e a raiva que sente pelo fato de a arapuca ter sido desarmada é tão insuportável, que sequer percebe o vexame que passa ao ser tão contraditória. Assim como o rei, na fábula, a mídia também ficou nua. Passou os anos petistas dizendo, arrogantemente, de forma pernóstica, que ministros não podiam ser protegidos, que tinham que ser demitidos ao sinal de malfeitos. Agora, justamente, quando Bolsonaro age como a mídia sempre disse que se tinha de agir, a imprensa reage contra a medida do presidente e passa a defender a permanência do malfeitor no governo. Como bem podemos observar, a grande mídia se torna pequena, mesquinha e fajuta, principalmente alguns jornalistas que se dizem âncoras. Pensam que estão se deliciando, mas ao contrário, estão é mostrando que, para eles(as), o quanto pior, melhor, agem no sentido de desinformar, caluniar, simplesmente porque o seu candidato perdeu e o país mostrou que a roubalheira e o aparelhamento têm que acabar. E para completar perderam credibilidade, esqueceram a ética, a honestidade, a imparcialidade e a vergonha.
» Edilio Carlos de Camargo,
Núcleo Bandeirante
Parasita
Relações ecológicas são as interações que acontecem entre os seres vivos, as quais podem ocorrer entre indivíduos de uma mesma espécie (relações intraespecíficas) ou indivíduos de espécies diferentes (relações interespecíficas). O mutualismo é uma relação harmônica interespecífica em que duas espécies se associam e se beneficiam dessa interação, que às vezes pode ser de dependência ou não. Em contrapartida, o parasitismo é uma relação desarmônica interespecífica em que um organismo (parasita) retira de outro (hospedeiro) os nutrientes necessários para sua sobrevivência. Eis a chave de leitura para compreender o sucesso do filme Parasita (2019), dirigido por Bong Joon Ho e vencedor do Oscar (2020) de Melhor Filme, Melhor Diretor, Melhor Roteiro Original e Melhor Longa Internacional. Esta comédia de terror sul-coreana, uma parábola radical da desigualdade, apresenta sombria visão social decorrente da crise de fé no capitalismo. Parasita mostra um mundo em que um abismo divide os ricos, que vivem em um esplendor minimalista e arejado, e os pobres que existem — em um grau que se torna cada vez mais macabro à medida que o filme avança — literalmente no subsolo. Suspeito que Parasita tenha tocado tanto, porque, para muitas pessoas, a desigualdade está transformando o capitalismo moderno não apenas em uma piada, mas em um pesadelo.
» Marcos Fabrício Lopes da Silva,
Asa Norte
Bananas
Quando se elege um presidente da República, um deputado ou senador, a expectativa é de que eles nos representem politicamente. No entanto, o que se tem visto são deputados chamarem monstros de capangas e outros vocábulos de baixo nível. O mais estranho é o presidente da República ficar dando bananas na saída do Palácio da Alvorada. Senhor presidente, esses gestos não contarão pontos (votos) para sua excelência no futuro próximo. Isso não pega bem para um representante da nação. Eu fiz mais de uma vez sugestão ao senhor que se abstenha dessa prática de entrevista no meio do caminho.
» José Bonifácio,
Cruzeiro
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