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Correio Braziliense
postado em 21/02/2020 04:15
Cid Gomes

O senador Cid Gomes, do Ceará, deve ser processado criminalmente por tentativa de homicídio. De forma desequilibrada e irresponsável, assumindo conscientemente os riscos de seu tresloucado ato, arremessou uma retroescavadeira (ele a conduzindo) contra centenas de pessoas. Para os fins do enquadramento penal, pouco importa quem eram aquelas pessoas nem o que estavam fazendo, eis que as provas robustas e inequívocas de sua ação estão registradas e amplamente divulgadas em vídeo. O quase homicida Cid Gomes, que poderia ter causado uma tragédia (morte de muitas pessoas) somente não logrou êxito na sua empreitada homicida porque foi contido — justamente — por dois tiros, em evidente legítima defesa. Vejamos o que o Ministério Público Federal fará a respeito.  Lembro que o Senado tem a obrigação de processá-lo e julgá-lo na Comissão de Ética, por (repita-se) tentativa de homicídio. Em pleno século 21, esse tipo de conduta criminosa não pode ficar impune.
» Milton Córdova Júnior,
    Vicente Pires

» Com preocupação assisti às cenas inacreditáveis em que o senador licenciado Cid Gomes não investido da autoridade e imunidade de senador, por estar afastado, bradando aos grevistas, suas esposas (talvez algumas delas grávidas) e crianças para que em cinco minutos saíssem daquele quartel. Ele não tinha nenhum mandado judicial de desocupação, não era o governador, nem secretário da Segurança nem comandante da Polícia Militar. Fiquei sem entender o que ele faria diante daquelas famílias compostas de mulheres e crianças que, com certeza, não sairiam por não terem diante delas nenhuma autoridade investida da competência legal para remove-las de lá.  Ato contínuo, quando vi o senhor Cid Gomes subir numa descomunal máquina retroescavadeira e com violência desproporcional arremessá-la sobre as centenas pessoas, eu relembrei das grotescas cenas em que loucos assassinos jogaram seus carros sobre as multidões ferindo, mutilando e matando. Investir com um veículo, seja uma retroescavadeira, seja um automóvel, seja uma motocicleta sobre uma multidão é tentativa de homicídio, portanto, é crime. O que aconteceria comigo se tivesse investido sobre centenas de homens, mulheres e crianças grevistas acampadas no portão duma fábrica por exemplo? Respondo: após obter alta médica, eu seria autuado em flagrante e imediatamente recolhido ao presídio.
» Elias Honorio da Silva
    Aguas Claras

Economia

As dívidas interna e externa frequentam os pesadelos de governantes brasileiros desde sempre. Uma economia sem equilíbrios estruturais, pouco ajustada e incorporada ao mundo, com industrialização demorada e incompleta, não teria mesmo facilidade em manter em dia seus compromissos com o exterior. No entanto, o país se encontra numa fase ímpar. Sua base atual de produção agropecuária e uma eficiente estrutura de exportação de minérios aproveitaram a decolagem econômica da China, que passou a importar volumes crescentes de matérias-primas em geral. Desta maneira, o país acumulou reservas que passaram a poder pagar sua dívida com o exterior, algo nunca visto. Restou-nos a questão da dívida interna, bastante inflada pelos erros do ciclo Lula/Dilma, tanto que a relação dívida/PIB, que estava em 51,5% em dezembro de 2013, encerrou o ano passado em 75,8%, devido às barbeiragens heterodoxas do segundo governo Lula, aprofundadas por sua sucessora. A queda dos juros internos é um fator adicional no atual cenário, que serve de grande ajuda e valia na redução da dívida pública sobre as finanças do Estado. A queda dos juros é um dos fatores de redução das despesas públicas. Não se pode deixar de lado o fato de que a reforma da Previdência e o teto constitucional dos gastos não conseguem dar o alicerce fiscal para a economia voltar a crescer sem sustos. Portanto, se faz necessário e crucial serem aprovadas outras mudanças estruturais: PEC da Emergência, reformas tributária e administrativa. Sem elas, continua-se no ciclo da mediocridade econômica.
» Renato Mendes Prestes,
    Águas Claras


Pernas pro ar

O clima de tensão no país é cada dia mais sufocante. No Rio de Janeiro, as balas suportamente perdidas assassinam crianças. No Ceará, o motim da Polícia Militar aterroriza a população, dá dois tiros contra um senador, que ameaçou ingressar numa unidade da PM com um trator (pura insanidade). Em outros estados do Nordeste, a PM ensaia repetir o que ocorre no Ceará. Em Brasília, um general do Palácio do Planalto incita o presidente a convocar a população para pressionar o Congresso Nacional. O mesmo presidente dá bananas aos jornalistas, num gesto de absoluto desrespeito à categoria. Insinua que uma jornalista renomada se insinou sexualmente contra propagador de fake news para tentar incriminá-lo. Um senador vai à tribuna para exigir perícia independente após a morte de um PM procurado pela Justiça, em franca defesa do morto, envolvido em uma série de falcatruas. A militarização do Estado está longe de colocar ordem na casa, mas consegue aprofundar as desconfianças que se tem do país, onde a fuga de investidores foi noticiada, inclusive pelo Correio, quando há mais de 12 milhões de desempregados. O ministro da Economia ofende os empregados domésticos e pede, não pedindo, desculpas à categoria. A economia não avança e a equipe do governo admite rever o crescimento deste ano. O Brasil está de pernas pro ar.
» Ismael Costa,
   Jardim Botânico
 

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