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Correio Braziliense
postado em 22/02/2020 04:06
Bloco dos revoltosos ameaça o carnaval

Cresce em todo o país o movimento paredista dos policiais militares e dos bombeiros por reajuste salarial, isso em plena época de carnaval, quando os índices de violência, num país violento por natureza, parecem explodir. A situação, se não fez acender ainda a luz vermelha dentro dos gabinetes do Palácio do Planalto, vem preocupando sobremaneira os governadores e os prefeitos dos estados e municípios, onde a folia de Momo atrai um número expressivo de foliões do Brasil e de muitos países. Até o momento, tudo leva a crer que as paralisações das forças de segurança  não só vão prosseguir, como ganhar ainda mais adeptos por todo o país.

O carnaval é, tradicionalmente a época mais sensível em termos de segurança e de primeiros socorros, sendo também, do ponto de vista dos estrategistas desses movimentos, o tempo certeiro para a deflagração de uma greve. Com a corda no pescoço, os governos de mais de 12 estados têm uma margem financeira e um tempo muito curtos para negociar, o que exigirá do governo federal uma ajuda não só de recursos, mas de tropas, inclusive, das Forças Armadas. Obviamente, aproveitando o período em que a polícia sai momentaneamente de cena, crimes de toda a ordem ocorrem por todo o país e à luz do dia.

No Ceará, segundo informes entregues à imprensa, uma onda de violência, sem precedentes toma conta do estado, com as autoridades falando, inclusive em suspender o carnaval. A situação é mais preocupante nas regiões litorâneas do Nordeste, onde o carnaval se tornou principal fonte de renda de muitos municípios. Depois dos episódios de derrame de óleo nas praias, que provocou uma sensível fuga de turistas, a questão da falta de segurança para os foliões ameaça trazer mais prejuízos financeiros para esses brasileiros.

É sabido que a Força Nacional nesses momentos de tensão socorre alguns estados, mas não tem número suficiente de efetivo para atender a tantos estados ao mesmo tempo. Para piorar, uma situação que parece sem controle, políticos oportunistas do chamado Centrão e, principalmente ,aqueles integrantes da Bancada da Bala, com assento no Congresso, vêm jogando gasolina no incêndio, apoiando os grevistas.

Caso esses movimentos atuais repitam os episódios ocorridos durante as rebeliões de 1997 e de 2011, quando a Polícia Militar em 13 estados e no Distrito Federal deixou de patrulhar as ruas se amotinando em quartéis, e quando o número de crimes aproximou o Brasil de uma verdadeira guerra civil. É bom frisar aqui o perigo que o Distrito Federal corre com a recém-decisão do ministro do Supremo em relação a um dos grupos de crime organizado. Será preciso maior apoio desses mesmos políticos que agora insuflam as greves, para apresentarem novos projetos de anistia para os revoltosos.

Os episódios ocorridos nesta semana em Sobral, no Ceará, onde o folclórico Cid Gomes, decidiu, num ato de insanidade criminosa, passar com uma retroescavadeira por cima dos grevistas amotinados, dá o tom de como essas paralisações estão sendo conduzidas, até aqui, segundo o receituário dos políticos. Somente esse fato é o bastante para que todos os brasileiros previdentes comecem a ficar alarmados com os desdobramentos de mais essa crise.


A frase que não foi pronunciada

“Vá de retro”, irmãos Gomes!

Algum conterrâneo de Cid  e Ciro Gomes. Cearense é bom de piada.


Intenção

» Começaram a soltar o assunto para testar a temperatura da reação. Privatizar a Água Mineral é o maior absurdo cogitado nesta cidade. A mobilização que manteve o Parque Olhos D’Água é um exemplo da força da população. Quem odeia Brasília não deveria aceitar cargos aqui para deixar este rastro de destruição.

Quanta diferença!

» Declarou Lula: “O Congresso tem 300 picaretas.” Interessante comparar as reações da fala do ex-presidente Lula feita abertamente à imprensa e os “chantagistas” tratados pelo general Heleno em bate-papo, em que a intimidade foi violada. Uma convergência é indiscutível. A necessidade de uma mobilização popular mostrando a indignação com o assunto.

Fora do prumo

» Na entrada da 311 Norte, justamente na quadra do condomínio Ari Cunha, a banca de revistas se transformou numa lojinha de venda de biscoitos e castanhas.


História de Brasília
Esta nota vem a propósito de um aviso posto no bloco dois da 206, onde, “por ordem do delegado do Ipase é proibido doméstica usar este elevador”. (Publicado em 16/12/1961)




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