Só a vacinação protege as pessoas do vírus que tem alta transmissibilidade e pode provocar graves complicações, como pneumonia, e levar o paciente a óbito. Neste período de folia de Momo, a aglomeração de pessoas em blocos de rua, escolas de samba e bailes carnavalescos cria ambientes propícios à disseminação do sarampo. A transmissão do vírus entre indivíduos se dá pelo ar. Cada infectado tem potencial de transmitir o vírus para 90% das pessoas ao seu redor. Não há medicação específica para quem contraiu o sarampo, só para reduzir o desconforto causado pela doença.
Os sintomas se confundem com os de um resfriado: febre acompanhada de tosse, irritação nos olhos, nariz escorrendo ou entupido e mal-estar intenso. A princípio, são bem semelhantes ao do Covid-19, segundo a nova nomenclatura dada pela Organização Mundial da Saúde (OMS). O sinal amarelo para o Covid-19 acende para quem esteve na China, mais precisamente na cidade Whuan, onde começou a epidemia, ou na Coreia do Sul, que decretou situação de emergência ante o aumento do número de pacientes.
Em 2019, 18.203 casos de sarampo foram confirmados, com 15 mortes (14 em São Paulo). Desde o início deste ano, os estados de São Paulo (77 casos), Rio de Janeiro (73), Paraná (27), Santa Catarina (22) e Pernambuco (3) registraram infecções pelo vírus. Neste ano, uma criança morreu no Rio de Janeiro, depois de 20 anos sem registro de óbito por sarampo. Para conter a transmissão do vírus, é preciso imunizar pelo menos 95% da população vulnerável. Não há alternativa, e isso precisa ser repetido para romper definitivamente a onda de falsas informações de que a vacinação contra o sarampo e outras doenças infectocontagiosas, contidas pela imunização, provocavam danos como a zika, transmitida pelo mosquido Aedes aegypti.
Diante dos alertas, cabe ao folião se precaver. O poder público tem a obrigação de propiciar atendimento e assistência necessários aos que precisam dos serviços médico-hospitalares. Mas a responsabilidade com a saúde depende, em boa parte, de cada indivíduo e dos responsáveis pelas crianças e pelos adolescentes. Negligenciar é dar sorte para o azar.