Correio Braziliense
postado em 24/02/2020 04:13
CongressoNos últimos dias, a mídia deu amplitude a um simples comentário feito pelo general Heleno, de forma espontânea, em evento público, de que parlamentares chantageiam o presidente da República. Interessante foi a reação imediata de alguns parlamentares, dentre eles o próprio presidente da Câmara, condenando de forma explícita a atitude do general e, inclusive, afirmando tratar-se de atentado à democracia. E isso tudo num momento em que o Congresso batalha para ter sob o seu manto mais uma parcela significativa dos recursos da nação e para a qual apresenta propostas e aprova projetos que altera dispositivos previstos em lei e nos quais passa a ser o agente das ações, antes, inerentes ao Poder Executivo.
» Vilmar Oliva de Salles, Taguatinga
Este Congresso atual, fora a reforma da Previdência, arrancada a duras penas, o que fez de útil para o país? Deformou o pacote anticrime, proibiu a exibição de fotos de criminosos, impediu a posse de armas pelos cidadãos, nada propôs para desarmar bandidos, não votou o fim do foro privilegiado, manteve a indústria das multas dos radares móveis, cancelou a identidade estudantil, anulou a extinção do DPVAT, desviou verbas da saúde e da educação para o fundo eleitoral, garantiu o uso de dinheiro público para defesa de parlamentares corruptos, obrigou as empresas a pagarem pela publicação dos seus balanços, estendeu o plano de previdência para filhos e enteados até 33 anos. E quer ficar com R$ 30 bilhões do Orçamento para forçar o governo a incorrer na lei de responsabilidade e poder mover-lhe o impeachment. O recado desse Congresso é claro: não inventem mudanças, porque do jeito que sempre foi é que está bom (para eles). Urge um novo tipo de Congresso, que seja eleito por voto distrital puro, com dois senadores por estado e 350 deputados, sujeitos a recall, sem foro privilegiado, que trabalhe de segunda a sexta-feira. E, ponto essencial, sem reeleição. Este instituto é que cria o político profissional, o qual degrada a democracia por dela se valer para atender seus interesses. Qualquer melhoramento do Congresso passa, em primeiro lugar, pelo fim da reeleição. O Brasil precisa de um Congresso que trabalhe para o povo, não para os partidos ou para os chantagistas.
» Roberto Doglia Azambuja, Asa Sul
Motim da PM
A colunista Denise Rothenburg (Brasília-DF 3/2) trouxe aos leitores o depoimento sereno, firme e oportuno do senador Olimpio, major da PM paulista, sobre o motim da Polícia Militar do Ceará. Os amotinados afrontam a Constituição. Causam insegurança e pavor entre a população. O cearense tornou-se refém do medo. Foram 88 assassinatos em dois dias. O senador salientou: “Pior do que um salário ruim, é não ganhar nada e ainda ter que viver com o preconceito de ter sido expulso da PM”. O senador Cid Gomes, por sua vez, extrapolou dirigindo uma retroescavadeira contra o quartel dos grevistas. Contudo, não pode ser motivo para adeptos de Bolsonaro insistirem em politizar o ocorrido. O filho destemperado do presidente, famoso fritador de hambúrguer, ex-candidato dele mesmo a embaixador nos Estados Unidos, criticou a atitude de Cid Gomes e mereceu, prontamente contundente repúdio de Ciro Gomes, irmão de Cid.
» Vicente Limongi Netto, Lago Norte
Feira da Torre
Carnaval é cultura? Sei lá. Sei muito bem que artesanato é. O GDF, numa falta de respeito explícita, levou para o espaço em volta da Feira de Artesanatos da Torre de TV, a agitação do carnaval. Nós, feirantes, vivemos dificuldades para vendermos nossos produtos. Para piorar, o GDF mandou fechar a feira com os tais cones ou barreiras. Assim, moradores do DF e turistas ficam impossibilitados de comprar algum artesanato, porque quase todos os boxes fecharam,uma vez que não entra ninguém. Sempre é assim. A Secretaria de Turismo não reage. O MP não se manifesta. Por que não fazer tal zueira no estacionamento do estádio? Temos a obrigação de ficar (eu não) em casa enquanto somos privados de tentar vender nossos artesanatos? Lastimável.
» José Monte Aragão, Sobradinho
Carnaval
Li, no Correio que o Galinho de Brasília desfilou na Funarte, longe de seu trajeto original, as quadras da Asa Sul. Sinto pela mudança. O bloco que trouxe o frevo às ruas da capital de forma contundente merecia mais carinho e respeito. O desfile humanizava as frias ruas do Plano Piloto. Mas há anos o Galinho era alvo do ódio de quem não gosta de carnaval e de alegria. Pena. Longe de seu berço histórico, a tendência é acabar.
Vera Cruz, Asa Norte
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