Opinião

Artigo: Menos burocracia para mais crescimento

Com características diferenciadas e alavancada pelos setores do comércio e serviços, a economia do DF tem na incorporação imobiliária e na construção civil uma indústria com grande potencial de expansão

Correio Braziliense
postado em 27/02/2020 10:57
Ilustração mostra um homem preso dentro de uma caixa para representar os entraves da burocracia ao crescimentoO desenvolvimento econômico do Distrito Federal pode ser potencializado pelos efeitos da combinação virtuosa de inflação sob controle e queda continuada das taxas de juros, mas exige avanços na redução da burocracia e outras travas ao investimento privado. Com características diferenciadas e alavancada pelos setores do comércio e serviços, a economia do DF tem na incorporação imobiliária e na construção civil uma indústria com grande potencial de expansão. Para isso, entretanto, é necessário avançar mais na segurança jurídica.

O ano de 2019 foi de recuperação da incorporação imobiliária no DF, colocando fim a um ciclo de perdas e retração iniciado em 2012, e aprofundado pela crise iniciada em 2014. Os resultados do ano passado refletem o resgate da confiança do empresário, pelo aumento no número de lançamentos de imóveis residenciais; e da população, pela melhora nos indicadores de venda de unidades ainda na planta. Para cumprir todo o seu potencial gerador de riquezas, entretanto, é preciso a melhoria do ambiente de negócios.

Um dos vetores nesse campo é a desburocratização dos procedimentos para a aprovação de novos projetos, concessão de alvarás de construção e do habite-se. Práticas como a concessão de alvará em sete dias, adotada pelo poder público em 2019 para empreendimentos unifamiliares podem, e devem, ser estendidas também a empreendimentos de maior porte. Para isso, é possível atualizar regras e processos, sem abrir mão do respeito às leis e do rigor técnico necessário a decisões dessa importância, reduzindo prazos.

O Código de Obras e Edificações do Distrito Federal ainda pode ser aprimorado. A primeira revisão, que entrou em vigor no fim de 2018, trouxe ajustes importantes e necessários, como a responsabilização técnica dos autores dos projetos, a habilitação de projetos com validade por cinco anos e a simplificação das regras para formulação e avaliação de projetos; mas ainda há espaço para mais avanços.

Temos estudado e vamos apresentar propostas, adequando à realidade do DF, práticas que têm gerado efeito positivo em cidades como Fortaleza e São Paulo. São medidas que dão fluxo e segurança jurídica aos empreendimentos, dentro de marcos legais claros e bem assentados. O alvará de sete dias, por exemplo, foi inspirado nas regras de emissão de licença da prefeitura de Fortaleza.

Hoje, a liberação de um empreendimento de maior porte no DF demora de seis meses a um ano. A melhoria dos processos pode reduzir esse tempo para o prazo desejável, e viável, de no máximo 180 dias, dando mais dinâmica ao mercado imobiliário.

A redução da burocracia é essencial para o desenvolvimento do Distrito Federal e terá impacto decisivo sobre a indústria da construção, destravando o mercado e aumentando o fluxo de investimentos. Com isso, teremos um desenvolvimento sustentado, com a geração de empregos formais e renda para a população, dinamizando a economia como um todo. Cada emprego direto gerado na incorporação imobiliária induz a criação de outras quatro vagas indiretas, uma nova perspectiva para o trabalhador. Esse é o resultado mais importante do investimento.

* Presidente da Associação das Empresas do Mercado Imobiliário do Distrito Federal (Ademi-DF)

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