Opinião

Absurdos inaceitáveis

Correio Braziliense
postado em 05/03/2020 04:16
Paradas de ônibus sem abrigo; vias sem calçadas; falta de sinalização de trânsito; ruas esburacadas; fossas; água servida correndo a céu aberto; fome; crianças longe da escola; pessoas em situação de rua e gente revirando lixo para sobreviver. Falta de medicamento na rede pública; fila de espera para cirurgia e mamografia; falta de médicos; professores doentes; violência contra a mulher; assassinato de jovens negros da periferia; milicílias; impunidade.

Enquanto as mazelas se multiplicam, a economia não avança, cresce a informalidade, faltam projetos para colocar o país nos trilhos e pipocam falsas polêmicas, que funcionam como uma cortina de fumaça para os reais problemas da nação.

Há décadas, Chico cantava sobre “esse pileque homérico no mundo/De que adianta ter boa vontade/Mesmo calado o peito, resta a cuca…”. A conjuntura em que ele cantou Cálice era outra, mas como parece atual! O sentimento de impotência; o medo do amanhã; “tanta mentira, tanta força bruta”!

Agora, todas as atenções estão voltadas para o coronavírus. Os casos de mortes e de doentes no mundo e no Brasil, com três casos confirmados até o fim da tarde de ontem, escandalizam. Todos querem saber se o país está preparado para conter o vírus e tratar os doentes. Mas não há a mesma cobrança em relação às mortes por dengue, por exemplo.

Em 2019, segundo o Ministério da Saúde, houve um aumento do número de casos na ordem de 488,3% em comparação com 2018. A doença matou 782 pessoas em 2019, crescimento de 289% em relação ao mesmo período de 2018. O DF viveu uma epidemia de dengue sem precedentes no ano passado. Até quando viveremos anestesiados pelas mazelas a que somos submetidos diariamente, dia após dia como se todos os absurdos fossem algo normal?
 
 

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