Opinião

Visão do Correio: Ação é resposta para o caos

Em meio à conjuntura marcada pela instabilidade, o Brasil mergulha em incertezas

Correio Braziliense
postado em 10/03/2020 11:18
A cotação do dólar subiu com a crise do petróleo e o coronavírusNo mundo globalizado, nenhum país é uma ilha. Turbulências que ocorrem no cenário internacional afetam nações que se encontram no epicentro e na periferia da crise. É o que se vem observando com a explosão do novo coronavírus. O mal nasceu na China, a segunda economia do mundo e o maior parceiro comercial do Brasil.

Esse fato já era suficiente para acender a luz vermelha. Mas o quadro se agravou com o alastramento do vírus pelos cinco continentes. A Itália mantém toda a população em quarentena. A União Europeia prevê queda no turismo e, em consequência, redução no Produto Interno Bruto (PIB).

Outro fator se somou ao coronavírus. A Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) tentou acordo com a Rússia para manter o preço do barril de óleo. Sem sucesso, a Arábia Saudita decidiu aumentar a produção. Resultado: o preço da commodity experimentou o maior recuo desde a Guerra do Golfo, em 1991 — ultrapassou 30%.

A Argentina, o maior parceiro comercial do Brasil na América do Sul e o maior importador de manufaturados nacionais, se debate em duras negociações com o Fundo Monetário Internacional (FMI). Tenta reestruturar cerca de US$ 100 bilhões em dívidas que o governo se diz impossibilitado de pagar antes da retomada do crescimento econômico. Além disso, o país enfrenta inédito surto de dengue no território.

Em meio à conjuntura marcada pela instabilidade, o Brasil mergulha em incertezas. O dólar disparou e a Bolsa de Valores teve queda superior a 10%, que levou ao acionamento do circuit breaker (interrupção temporária das negociações). Nesse contexto de caos, o pior cenário é cruzar os braços.

O ministro Paulo Guedes acertou na receita. “A melhor resposta”, disse ele, “são as reformas”. Impõe-se arrumar a casa. Para tanto, negociar é preciso. É essencial, além de mandar a proposta do governo para as reformas administrativa e tributária, serenar os ânimos. Fabricar crises é tiro no pé. Como disse Guedes, “se fizermos a coisa certa, o Brasil reacelera. Se fizermos as coisas erradas, o Brasil piora”.
 

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