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Correio Braziliense
postado em 13/03/2020 04:15
PIB

Em entrevista concedida ao Correio (11/mar), o governador Bolsodória, pseudônimo por ele adotado em sua recente campanha eleitoral, criticou a política econômica do governo federal sob o simplório argumento de que, em 2019, o PIB do estado de São Paulo cresceu 2,8%, enquanto que o crescimento do país foi de 1,1%. Não é uma comparação lógica, pois a economia nacional é muito mais complexa, envolvendo 26 estados e o Distrito Federal, econômica e socialmente muito diferentes entre si. Enquanto que o PIB/per capita de São Paulo é R$ 47 mil, o do Maranhão é de R$ 12.800, quatro vezes menor. Desde a década de 1950, São Paulo é o estado mais rico, mais desenvolvido e mais industrializado. Seu PIB, que era R$ 2,011 trilhões, em 2017, e R$ 2,038 trilhões, em 2018, atingiu R$ 2,097 trilhões em 2019, mantendo o mesmo ritmo de desenvolvimento nesses últimos anos. Portanto, o aumento do PIB em 2,8%, ocorrido no ano passado, não é mérito do atual governador, que apenas conservou padrão encontrado. São Paulo alcança esse resultado porque, em grande parte, se beneficia de ser uma unidade federativa, o que lhe proporciona um imenso mercado cativo para consumir seus produtos industriais, sem a incidência de taxas alfandegárias e impostos de importação e, praticamente, sem concorrência estrangeira. Beneficia-se também da proximidade das fontes de matéria-prima e de outros insumos, originários dos demais estados e utilizados pelo seu parque fabril.
» Cid Lopes
Lago Sul

Coronavírus

Muita gente, inclusive autoridades da área da saúde, discordou da decisão do governador Ibaneis de suspender as aulas nas redes pública e privada, no sentido de proteger a população da pandemia do coronavirus. A medida é sensata, mas absolutamente ineficiente. Como proteger os trabalhadores, entre eles muitos com idade avançada, que enfrentam ônibus do transporte público lotados? O que fazer com os que recorrem ao metrô, igualmente entupido de gente? Basta dar uma olhada em algumas paradas de ônibus para ver que a distância prudencial que se deve manter entre as pessoas nem de longe será respeitada. Exigir que os restaurantes disponham as mesas com uma distância de dois metros entre elas. Qual estabelecimento poderá cumprir essa determinação? A realidade conspira cotra a sensatez do governador. Mas ele ainda tenta fazer alguma coisa para resguardar o Distrito Federal dos impactos da Covid-19. Entrentanto causa revolta saber que um advogado — uma pessoa com formação superior —, infectado pelo coronavírus, se recuse dizer com que esteve e por onde passou. De que adianta ter instrução e dinheiro e ser tão desprovido de senso humanitário? Diante de tanta resistência, as autoridades deveriam tê-lo confindo em ala de hospital para que não infectasse outras pessoas.
» Maria Amélia Vegas,
Asa Sul

Poder moderador

Nestes tempos de celeumas e aridez na política brasileira, o Supremo Tribunal Federal (STF) tem se considerado o poder moderador pelas mãos do seu presidente, Dias Toffoli. A impressão que se tem é que ele ainda não percebeu o descrédito da instituição justamente em decorrência de sua pouquíssima moderação. Diante dos imbróglios criados por determinadas posturas do chefe da nação, Jair Bolsonaro, entra em cena o ministro Toffoli como elemento moderador. No entanto, falta-lhe percepção e autocrítica, pois a insatisfação da sociedade com sua conduta à frente da Suprema Corte é explícita. O poder moderador fazia parte da Constituição do Império brasileiro, aliás, a mais duradoura das constituições do Brasil. Quem exercia esse papel era o imperador, que atuava como se fosse um moderno ombudsman de empresas, meticuloso e cuidadoso. Uma vez perguntaram a um rei qual era seu papel no país, e ele respondeu: "Proteger meu povo de seus governantes". No Império brasileiro, era assim: o imperador atuava como fiscal, coibindo o que via de errado e socialmente danoso. Corruptos não tinham vez. Que tal no Brasil de hoje partirmos para uma monarquia constitucional parlamentar?
» Renato Mendes Prestes,
Águas Claras

Veto

O Congresso derrubou o veto do presidente Jair Bolsonaro ao projeto de lei do Senado que estabelecia novos limites de renda para o ingresso ao Benefício de Prestação Continuada (BPC). A renda per capita familiar sai de R$ 261,25 para R$ 522,50. Mais um rombo nos cofres públicos. A conclusão que a gente chega é que não adianta fazer reformas na esperança de que o Brasil vai melhorar. Foi feita a reforma da Previdência, estão a caminho as reformas tributária e administrativa e, com esse exemplo que os parlamentares deram agora, vai continuar tudo como dantes no quartel de Abrantes. A turma do quanto pior melhor é bem maior do que a turma daqueles que desejam que o Executivo vá bem e consiga fazer com que o nosso país saia do atoleiro em que foi jogado por políticos irresponsáveis. Eu ouvi alguns discursos de oposicionistas. Puro populismo, conversa pra boi dormir, investimento nas eleições deste ano, prefeitos e vereadores.
» Jeovah Ferreira,
Taquari
 
 

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