Correio Braziliense
postado em 13/03/2020 04:15
O coronavírus entrou no dia a dia do brasiliense. Depois da decisão do governador Ibaneis Rocha de suspender aulas, shows e eventos esportivos por cinco dias, a pandemia da Covid-19 tornou-se o assunto mais comentado na capital federal. É o tema principal nas rodas de conversa em bares, restaurantes, padarias, salões, barbearias e, claro, os grupos de WhatsApp. E é justamente aí onde está o perigo. Em tempos de rápida circulação da informação, é preciso todo cuidado para não disseminar fake news nem gerar pânico na população.
Hoje, cerca de 125 milhões de smart- phones têm o WhatsApp instalado em todo o país. Estudo recente do Instituto Reuters, o Digital News Report 2019, revela que 53% dos usuários do aplicativo no Brasil o utilizam como fonte de informação. Entre as mídias sociais, perde apenas para o Facebook (54%). Ou seja, é uma ferramenta poderosa para se comunicar com a população.
Como o coronavírus é um tema de amplo interesse da sociedade, notícias são compartilhadas a todo instante. A reboque, passaram a circular vídeos, áudios e PDFs com informações sobre a doença. Muitos textos são assinados, apesar de que não há garantia nenhuma da autenticidade da informação. Outros são apócrifos. Se a fonte não for comprovadamente confiável, a chance de ser uma informação manipulada é grande.
Por sua vez, há boas iniciativas em curso no uso do aplicativo. A Secretaria de Saúde do DF, por exemplo, tem um número de WhatsApp para envio de mensagens da população. Não é nenhum SAC ou canal para tirar dúvidas dos usuários, mas, sim, um espaço exclusivo para atendimento a profissionais e à população, no caso de dúvidas e notificações dos casos suspeitos de coronavírus e outras doenças. Basta mandar uma mensagem para (61) 99221-9439. É possível até pedir atendimento domiciliar.
Colaborador do Centro Berkman Klein para internet e sociedade da Universidade de Harvard, o sociólogo James Siguru Wahutu é uma das principais vozes da comunidade acadêmica sobre o risco de disseminação de mentiras e imprecisões factuais em assuntos do cotidiano. Em artigo, defende a tese de que a enxurrada diária de notícias, cheias de pânico, está prestes a entrar em alta velocidade de disseminação. Portanto, desconfie. Sempre. Opte por fontes confiáveis.
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