Opinião

Visto, lido e ouvido

Desde 1960

Correio Braziliense
postado em 14/03/2020 04:14
Um oceano de informações contrastantes

Que papel caberá às mídias sociais em tempos de pandemia? Essa parece ser a grande questão posta neste momento e que poderá, de uma vez por todas, esclarecer a todos sobre o papel e a importância desse novo meio de comunicação mundial em tempos de crise. Um dos elementos que pode servir para ajudar a população a tomar decisões corretas em momentos de tensão não só agora, mas ao longo de toda a história da humanidade, sempre foi a divulgação da verdade. E aí que mora o problema. A verdade parece ser uma mercadoria escassa entre os homens desde que desceram das árvores, se separando de outros ramos dos símios.

A verdade nas mídias sociais é um produto que tem seu valor de face colocado para ser aferido ao sabor justamente da flutuação dos acontecimentos. Assim, se um determinado problema exige apenas uma única solução, o número de alternativas apontadas nas redes sociais serão infinitas e sempre com prevalência por aquelas enganosas. Com a disseminação das chamadas fake news, verdade e mentira ocupam o mesmo lugar de destaque em todas as redes de informação. Uma das características prevalentes desse início de século parece ser o da pós-verdade. Entende-se por esse neologismo que modelar a opinião pública, conduzindo-a para o beco sem saída das emoções e das crenças pessoais, é tão ou mais importante do que revelar os fatos objetivos e a verdade em si.

As consequências para a própria vida das pessoas, advindas da pandemia da Covid-19 são secundárias em contraposição a de outros fenômenos, como a queda das bolsas, o fechamento de mercados e por aí vai. Às mídias sociais, não importa a disseminação dos fatos tal qual eles ocorrem, mas tão somente o alarde que pode provocar qualquer informação.

Nesse mar de incertezas, o governo entra com sua contribuição para afastar todo e qualquer aspecto que poderia macular sua imagem. Não é por outro motivo que num momento de grave tensão, as análises feitas pelas autoridades sempre apontam para a minimização dos problemas, colorindo de rosa, qualquer imagem em preto e branco da crise.

São as marolinhas ou as fantasias e outros eufemismos que buscam dourar a pílula. Ao público em geral, bombardeado por informações contrastantes, resta fazer uma média de tudo que é lido, visto e ouvido e adotar estratégia próxima àquelas que seus vizinhos adotam. Se todos à sua volta correm para os mercados afim de fazer estoques, ele faz o mesmo por imitação. É nesse formigueiro impessoal e, ao mesmo tempo, ordenado por vontades alheias, que as pessoas seguem suas vidas, alimentadas ainda por um maná, sem fim de informações incertas que chegam, ao mesmo tempo, de todas as partes. Neste mundo surreal em que nos encontramos, à imprensa caberá o papel de peneirar o oceano imenso de informações numa xícara e servi-la.

A frase que foi pronunciada

“Ninguém faz bem o que faz contra a vontade, mesmo que seja bom o que faz.”
Santo Agostinho

Princípios
  • Radicalmente contrário ao PLN 4, o senador pelo DF, Reguffe explicou: “Sou contra os R$ 30 bilhões, R$ 15 bilhões ou até um centavo para que o relator distribua a seu bel prazer. Entenda que não se trata de valores, o caso aqui são os princípios.” Na opinião do parlamentar, essa verba deveria equipar a rede de saúde pública. Essa é prioridade absoluta tanto para o governo federal como para o governo local, concluiu.

Na luta
  • Por falar em projetos que desviam recursos públicos, veja, no Blog do Ari Cunha, a carta aberta da Auditoria Cidadã sobre o PLP 459/2017 e a PEC 438/2018.

Prioridade
  • Recebemos notícias de Stamford (com m mesmo) em Connecticut. As aulas foram suspensas, mas os colégios estão usando a internet para não interromper o ano letivo. Isso é que é priorizar a educação.

Novidade
  • Outra notícia daquela cidade. Os hospitais criaram um drive- thru para fazer o teste da Covid-19. Assim, idosos e outros pacientes não correm riscos. Veja a foto no Blog do Ari Cunha. Fica a sugestão para o governador Ibaneis.

DODF
  • Quem assume o Hran é Fabiana Loureiro B. do Vale, supervisora da Gerência de Assistência Clínica do hospital. É importante saber sobre a saída de Leonardo Sousa Ramos. Enfrentou várias crises e no momento em que o hospital é designado para enfrentar o coronavirus, pede demissão.

História de Brasília
Outro inquérito que já está pronto é o da aviação comercial, faltando apenas o nome das companhias culpadas. Sabe-se que um técnico do Banco do Brasil demonstrou em todo o inquérito, claramente, como se fraudava para a importação de peças de avião, e como se desviar a verba de subvenções a linhas deficitárias. (Publicado em 17/12/1961)
 

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