Opinião

Artigo: Informação salva

Correio Braziliense
postado em 16/03/2020 06:08
Logo nos primórdios da popularização das redes sociais, um colega de trabalho, em tom de brincadeira, as batizou de a “cloaca” da humanidade. Sempre considerei a classificação, apesar de um tanto escatológica, a mais precisa sobre esse fenômeno que tomou conta do planeta, transformou sujeitos bocós em gênios, direitistas em esquerdistas de carteirinha, deu voz e empoderou mediocridades, semeou a discórdia e destruiu amizades que pareciam eternas. No que diz respeito a comportamento e relações sociais, uma completa catástrofe. Mas nada que não pudesse piorar...

Com o novo coronavírus, a impressão é de que toda a rede mundial de computadores foi infectada por uma pandemia de pânico. Não bastasse a gravidade da Covid-19 em si, parece haver uma espécie de êxtase coletivo em propagar, com estardalhaço, más notícias e fake news sobre a doença, deixando no ar a expectativa de que o fim do mundo será relatado, em breve, em tempo real. Daí a importância de, nesta hora, a mídia profissional fazer a diferença. Buscar a informação precisa e contextualizá-la. Não à toa, infectologistas queixam-se do alarmismo criado em torno da Covid-19.

Histórias de países que estão obtendo sucesso em deter o avanço da doença, como Taiwan, Coreia do Sul e a própria China, onde tudo começou, podem servir de exemplo a serem seguidos. Ao mapear a proliferação do Coronavírus pelo mundo, pesquisadores do Instituto de Virologia Humana, da Universidade de Maryland, identificaram que, até agora, a propagação é menor em climas mais quentes e úmidos, como é o caso do Nordeste brasileiro. Contudo, alertam cientistas, isso pode não ser tomado como uma verdade absoluta em se tratando do Sars-Cov2. Afinal, ressalvam, o mundo está diante de um agente infeccioso ainda pouco conhecido.

O que já se sabe, até o momento, é que, a exemplo de outras infecções, a letalidade do vírus aumenta exponencialmente entre pessoas com doenças crônicas e em estado de saúde mais vulnerável, como idosos. É esse grupo de risco que mais preocupa o Ministério da Saúde. Nas pessoas com menos de 50 anos, a doença, quando se manifesta, geralmente é de forma mais branda, como uma gripe leve. Evitar o pânico e uma desnecessária corrida a hospitais pode ser crucial para a vida de quem mais precisará de atendimento médico. Informação, em vez de alarde, salva.

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