Correio Braziliense
postado em 01/04/2020 04:35
CoronavírusVejo uma histeria, por parte de alguns esquerdopatas, intelectuais e bobões, relativamente a um pedido de impeachment do presidente Bolsonaro. Diariamente, nas redes sociais, nos jornais e telejornais, publicam “esse maluco”, “esse ladrão”, “esse irresponsável, “esse homofóbico”, “esse miliciano”, e outras asneiras, “tem de sofrer impeachment urgente”. Ora, sou leigo. Li, na íntegra, a Lei nº 1079/50, de abril de 1950, e não vi, sequer, uma vírgula que ilustre tal cenário contra o atual mandatário desta nação. Falta conhecimento. Os mais radicais chegam ao ponto de dizerem que, por causa de manifestações isoladas dos filhos do presidente, ele tem de sair imediatamente por meio de tal evento. O impeachment se dá por vários motivos. Mas, para se chegar a esse ponto, o presidente temde cometer atos do tipo improbidade, pedalada e outros.Vamos devagar, porque impeachment dificilmente esse presidente sofrerá diante do que tem feito em prol do país e que tais revoltados não divulgam o que o governo tem feito país afora para melhorar e arrumar essa Jossa.
» Jose Monte Aragão,
Sobradinho
» Tributar altas rendas e patrimônios progressivamente, regulamentar o imposto sobre grandes fortunas, reinstituir tributação de lucros e dividendos, desonerar o consumo e a produção. Se não fossem “ideias de comunista”, poderiam ser alternativas de receita para instrumentalizar o SUS e socorrer os mais vulneráveis neste momento, em vez de se insistir na cantilena de contrapor saúde e economia.
» Francicarlos Diniz,
Asa Norte
» Em carta publicada, dia 30 último, um leitor informa que morreram 1.109 pessoas pelo vírus da influenza em 2019. Fiquei curioso para saber de onde o missivista colheu esses dados, uma vez que o site do Datasus do Ministério da Saúde só mostra os dados até 2018, assinalando-os como “preliminares”. Assim, permito-me fazer uma observação, pois cabe esclarecer que não é exclusivamente a letalidade de uma doença que impõe medidas sanitárias para sua contenção. No caso específico da Covid-19, é um conjunto composto pela sua difusão extremamente rápida, o contágio direto entre as pessoas, a propagação pelas comunidades, o estabelecimento de um quadro clínico que se agrava com rapidez — podendo alcançar 5% dos contaminados — que necessitem de hospitalização e cerca de 1% precise de cuidados intensivos em UTI. Em termos numéricos, se 50% da população brasileira for alcançada por essa doença, esses percentuais representam, respectivamente, 5 milhões e 1 milhão de pessoas. Não é apenas a mortalidade que preocupa, mas principalmente a capacidade dos serviços de saúde em atender a essas demandas.
» Sylvain Levy,
Asa Norte
Empatia
Acho que nunca tivemos tantas crises juntas e misturadas: política, econômica, moral, ambiental, de saúde, de segurança e educação. O vergonhoso momento abre um debate sobre identidade nacional: qual seria o caráter do brasileiro? Não é fácil estabelecer nosso traço característico. Importantes ensaístas e ficcionistas já tentaram em geniais sínteses: o historiador Sérgio Buarque de Holanda (1902-1982) criou o “Homem cordial”, o romancista Mário de Andrade (1893-1945) inventou “Macunaíma, o herói sem caráter”, Nelson Rodrigues (1912-1980) descobriu o “complexo de vira-lata”, como marca de um povo que vive se depreciando. Além de faltar autoestima ao brasileiro, falta alter estima, ou seja, a estima do outro. Nesse sentido, é emblemático o apelo social expresso no poema Lavoura, de Domingos Pereira Netto: “Se vivos,/fazemos parte/desta estação/(passageira?)/desta primavera/que fora (e dentro) de nós/ressurge/esplendidamente constelada/esta manhã/(enquanto dormimos)/impregnados de esperança,/também somos braço desse engenho/de perfume e vida./E muito mais que acender/o sonho em nossa casa/podemos, com ele,/trabalhar na fabricação da alegria/recompondo canteiros e campos/semidevastados/do coração fertilizado/de outros homens/— sob o sol/desta América/que late-fundo/em latifúndios” (O Incêndio dos Passos, 1988). Nosso fracasso é de imaginação, de empatia. Saber colocar-se no lugar do outro é a definição mais comum que damos para a empatia. Essa é uma característica muito importante, que faz com que nos aproximemos da realidade do outro, na capacidade de compartilhar suas dores, frustrações, sentimentos. É mais que racional: é existencial, é um mover interior que nos lança na direção da alteridade. A empatia, nascida da escuta, tende a ser subversiva, quando o mundo nos conduz à polarização e nos provoca à inimizade com o diverso.
» Marcos Fabrício Lopes da Silva,
Asa Norte.
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