Opinião

Sr. Redator

Correio Braziliense
postado em 04/04/2020 04:04


Salários
Está em vigor medida provisória que reduz a jornada de trabalho e de salário dos trabalhadores. A iniciativa tem um objetivo nobre: evitar o desemprego em massa, diante da crise causada pelo coronavírus. A excepcionalidade do momento deve ficar muita clara. Superada a pandemia, é preciso que os valores salariais voltem aos patamares anteriores. Se o critério for mantido, deverá abranger todos os setores, inclusive público e nos Três Poderes. Diante de uma crise tão crucial, como a imposta pela pandemia, por que não há a opção de reduzir o salário dos parlamentares e dos magistrados, com corte radical das mordomias, tais como cartão corporativo, carro oficial, viagens patrocinadas pelo erário e tantas outras que oneram o bolso do contribuinte? Por que os cargos em comissão também não passam pela redução dos vencimentos? Se o sacrifício é para todos, que todos deem sua contribuição. Mas o que se vê preservado é padrão de normalidade na Esplanada dos Ministérios. A corda sempre arrebenta do lado dos trabalhadores da iniciativa privada. As contas de tarifas públicas, impostos e tributos não terão redução, apesar da diminuição dos salários do trabalhador do setor privado. Ele ainda corre o risco de o patrão adotar a regra excepcional como novo padrão, o que não surprenderia o trabalhador. Vivemos num país, onde o provisório acaba se tornando definitivo.

Ismael Costa, Jardim Botânico


Coronavírus
Brasileiros, os poucos que leem — e os menos, ainda, que leem jornais, e a expressiva minoria dos que leem os editoriais e artigos publicados com mais de cinco linhas — ficaram privados de terem lido o artigo publicado (2/4), da coluna Visto, lido e ouvido, assinada atualmente, com a dedicação competente de Circe Cunha, filha de seu criador, nosso inesquecível Ari Cunha. Pela excelência do texto, e oportuna visão de futuro que ele enfoca, diga-se aliás, até então inéditos em toda a imprensa brasileira e internacional, sugiro que o mesmo seja replicado pelo Correio Braziliense, até se possível, seja considerado como a Visão do Correio. É uma pena não ter sido lido, decerto, por outros milhões de brasileiros. Eu, por meu turno, o recortei e mandei emoldurá-lo, para permitir que meus pósteros possam consultar uma visão correta e necessária, a exigir uma ampla discussão pós-pandemia, das responsabilidades e as maléficas consequências das perdas de vidas humanas, quiçá por erros e mentiras disseminados enquanto perdurou na humanidade, os efeitos desse vírus criado, ou não, pela própria espécie humana. De toda maneira, cumprimento o jornal, pela propriedade e visão da articulista.

Alvaro P S Costa, Lago Sul


Depois do dilúvio que dizimou os seres da face da Terra, o primeiro homem, escolhido por Deus para repovoá-la, foi Noé. Esse também foi o primeiro a utilizar o álcool (vinho) para se alegrar e matar o estresse. Embriagado, causou transtornos aos filhos ao ficar nú. Jesus, na nova era, mandou os apóstolos usar o vinho como seu sangue. Desde então na sagrada missa o ritual é repetido. Nas festas comemorativas, a sua utilização não falta. Agora, o álcool vem como principal fator para matar o coronavírus. Como o Brasil é um dos maiores produtores desse produto, seria excelente que ele fosse utilizado em grande escala para borrifar o ar nas ruas, meios de transportes e em lugares público e até nas residências.

José Lineu de Freitas, Asa Sul


“A hora é de salvar vidas”, é a candente exortação mais pronunciada nessa quadra aflita que o bom senso divino faz das tripas coração para cativar os bem intencionados de espírito. Insistir é preciso. Mantendo fé e esperança para que gestos de grandeza finalmente batam na porta e na cachola do inquilino do Palácio do Planalto. Caso contrário, nesse sentido, como bem definiu a colunista Denise Rothenburg (2/4) as estapafúrdias declarações do presidente Bolsonaro entrarão na “classificação dos gêneros perecíveis”.

Vicente Limongi Netto, Lago Norte


A pandemia de coronavírus mostrou o tamanho da desigualdade socioeconômica do Brasil. Com base em dados do governo, o país tem 12 milhões de desempregados, 38,6 milhões de informais, 4,8 milhões de desalentados e 40,8 milhões de dependentes do Bolsa Família, totalizando 95,6 milhões (45,5%) da população em total fragilidade social e econômica. Além disso, há 27,3 milhões de trabalhadores que ganham um salário mínimo — R$ 1.045 por mês, um valor insuficiente para garantir um mínimo de qualidade de vida. Nessa realidade tão injusta social e economicamente que se percebe a indolência do poder público, forçada pela burocracia burra e insensível ao sofrimento de quase metade da população, imposto por uma crise inesperada. No Brasil em especial, e em outros países, há absoluta despreocupação com o bem-estar dos cidadãos. A ideia dominante é favorecer o capital, em detrimento da qualidade de vida da sociedade. Surpreendido por uma crise nunca antes enfrentada, o país está quebrado, sem estrutura para garantir um serviço de saúde capaz de suportar o aumento da demanda. Mas, aqui, morrer na porta de hospital é fato corriqueiro. Como bem lembrou o nosso presidente, morrer faz parte da vida.

Evaristo Carvalho, Lago Norte
 
 
 
 

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