Correio Braziliense
postado em 07/04/2020 04:35
Eu gostaria de ter um bom coração. Não consigo. É, para mim, impossível enxergar pelo mesmo prisma de quem vê até os mais sórdidos dos criminosos — os que abusam, torturam e matam crianças — como passíveis de recuperação. O que eles me despertam é raiva, revolta e um imenso desejo de que passem pelas mesmas atrocidades que cometeram. Se poderes eu tivesse, varreria da face da Terra essas mutações da espécie humana, essas aberrações, e não seria de uma forma nada plácida.Esses sentimentos sombrios afloram a cada novo capítulo de barbaridade que surge, como nesta semana. Um casal foi preso, no Rio de Janeiro, por torturar a própria filha, de 3 anos. As informações são aterradoras: braço fraturado, perda de dente, equimoses, desidratação, baixo peso e uma série de lesões pelo corpo, inclusive queimaduras de cigarro nas costas. As investigações apontam que a criança vinha sendo martirizada há tempos. O pai era o algoz, com a conivência da mãe. A menina já tinha sido internada um mês antes, e um familiar contou à polícia que, ao visitá-la, não conseguiu permanecer no local por causa do “estado deplorável” em que ela estava! São relatos de fazer chorar, de provocar desespero diante do nível da selvageria a que chegam os monstros infiltrados entre nós.
Saiba Mais
Volto aqui a fazer um apelo para que se denunciem casos de maus-tratos contra crianças e adolescentes. É possível fazer os relatos pelos números 100 e 180, ou mesmo procurar a delegacia mais próxima. O governo federal também prometeu lançar, nos próximos dias, um aplicativo para relatos de violência doméstica. Canais não faltam para buscar socorro. Virar o rosto é ser conivente com o suplício de meninos e meninas.
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