Rodrigo Craveiro
postado em 08/04/2020 04:13

Somos jornalistas, sim, apesar de tudo, com orgulho e cientes de nossa responsabilidade social. Escrevo este artigo no dia em que a memória de Líbero Badaró, Hipólito da Costa, Assis Chateaubriand e de tantos outros gigantes da história da imprensa nacional é reverenciada. Também no momento em que colegas setoristas de Política se tornam alvos de deboche e de ofensas de quem deveria, por lei, por prerrogativa e por natureza, respeitar a liberdade de expressão e o direito à informação crível garimpada por profissionais. Nos tempos em que a máxima autoridade do país reproduz um vídeo falso e inverídico, em meio a uma pandemia, talvez sem se dar conta de que seu conteúdo pode causar grave comoção pública e de que o presidente, ainda que pense o contrário, não possui a faculdade da onipotência.
[SAIBAMAIS]Como escrevi meses atrás, ao contrário do raciocínio do ocupante do Planalto, não estamos em extinção e não somos caso de Ibama. Também não somos e jamais seremos massa de manobra. O trabalho da imprensa é crucial para escorar os pilares da democracia. Ainda mais durante uma pandemia, quando fake news colocam em risco a esperança e as vidas de cidadãos de todo o planeta. Os meios de comunicação são, neste momento, de utilidade pública. É por meio deles que a sociedade pode ter informações corretas e precisas sobre as formas de prevenção do novo coronavírus, as vacinas em desenvolvimento, o avanço da Covid-19 no Brasil e no mundo. Notícias falsas lançadas a esmo no WhatsApp e nas redes sociais quase sempre são replicadas de forma inocente (ou não). Às vezes pelo próprio presidente.
Queiram ou não os poderosos, o jornalismo será sempre o fantasma a assombrar os incompetentes, os líderes que se apossam de seus cargos e aqueles que disseminam a mentira para obterem vantagens. Somos jornalistas, sim, e seguiremos cumprindo com a nossa missão de levar informação apurada e a verdade dos fatos. Por Vlado, Chateaubriand, Badaró e pela democracia. Sempre.