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Correio Braziliense
postado em 22/04/2020 04:04
Brasília, 60 anos
Brasília comemorou, neste 21 de abril, 60 anos de fundação. Nascida da prancheta de Lúcio Costa, dos traços curvos de Niemeyer, ornada com os azulejos de Athos Bulcão e as árvores e as flores de Ozanan Coelho, além de abençoada e protegida, é iluminada  por um resplandescente céu, que permite que se veja todo o horizonte. Tornou-se, merecidamente, não só a capital de todos os brasileiros, mas a única cidade moderna declarada Patrimônio Cultural da Humanidade. Parabéns, Brasília e a todos nós, os pioneiros candangos que a construíram, os que nela nasceram e os que para aqui vieram e se sentem, também, como se nela tivessem nascidos.
» Humberto Aquino,
Asa Norte


» Ah Brasília que brota em 60!
Brasília em 2020
Brasília aos 60
A metrópole erguida do concreto.
Niemeyer deu às formas 
geométricas vida em abundância.
De Portland ao Eixo Monumental, a concretude do concreto.
Oh Brasília, quantos filhos teus nasceram por aqui?
Quantas vidas cresceram nos extremos teus!
Na imensidão abissal do calcário brotou linha reta, 
marcou-se tempo para o futuro
Enquanto tantos monumentos se ergueram!
Oscar deixou seu legado, projetor das formas calcinadas 
em calcário e argila
Nem muro houve ter em seu feito, não se prendes algo 
tão ornamental .
Amor por Brasília compraz-se no eterno amor.
Assim, depois desse feito,
Não partiria jamais
E cuidaria em não te perder
Enquanto nada se faz por te querer
Algo espontâneo assim chega até mim
Sem força bruta que imponha o teu aceite
A vida continua nesta terra do bem viver.
» Elie Great,
Vicente Pires

» Amar Brasília é muito mais do que simplesmente ter crescido e viver aqui. É saber que as ruas não têm nomes, mas algumas têm apelidos. É aguardar os meses de seca para admirar os ipês e esperar o canto das cigarras anunciar a volta das chuvas. É ter um céu que supre plenamente a ausência do mar (seria covardia...). É assistir ao pôr do sol na Ermida e no Cruzeiro. É brincar debaixo do bloco durante a semana e ir à Água Mineral no fim de semana. É ter Legião Urbana, Capital Inicial, Plebe Rude, Cássia Eller, Oswaldo Montenegro, Mel da Terra e tantos outros na trilha sonora da sua vida. É admirar os azulejos de Athos Bulcão e ler os versos de Nicolas Behr em meio às pichações na W3. É admirar os palácios projetados por Niemeyer, independentemente de quem esteja lá dentro. E achar que o mais bonito de todos é o Catetinho. É não se conformar com o abandono do Drive-In e do Teatro Nacional. E, mais do que tudo, é entender que o que menos importa aqui é a política. Porque os políticos (infelizmente) vêm e (alguns, felizmente) vão.  Mas a gente é que fica, porque ama esta cidade!
» Marcelo Guedes
Sudoeste, Brasília, 60 anos
 
» Linhas sinuosas simulando retas
formamdo imagem como 
um avião voando,
as belas construções vistas 
de cima parecem que a 
cidade está planando.

Com leveza dos fantásticos 
traços de sua criação, projeto 
de urbanista, nasceu Brasília, 
cidade modelo, musa do Planalto, obra de um artista.

Dois grande eixos em 
forma de cruz,
símbolo de fé do povo em 
Jesus, com jardins, sol e céu 
de brigadeiro.

Abriga os Três Poderes 
da República,
pra agirem harmônicos 
como música,
visando o bem de cada brasileiro.
» José Martins Leite Cavalcante,
Brasília


» Ontem, quando Brasília completou o seu 60º aniversário, dona Maria Margarida de Alcantara Pellizzaro, minha genitora, recém-completou 102 anos de vida. Lúcida, trazendo vívido na memória os esforços e vicissitudes que marcaram a construção e as mudança da capital do país. Ela, que foi a secretária da Comissão de Estudos para a localização da nova capital do Brasil, instituida pelo presidente da República da época, Eurico Gaspar Dutra, e presidida pelo general do Exército Djalma Polli Coelho, redigiu as atas e os relatórios. Essa comissão iniciou os trabalhos em novembro de 1946 e apresentou o seu relatório final em 12 de agosto de 1948, corroborando e complementando as ações da memorável Missão Cruls, sendo decisiva na mudança da capital para Brasília. Posteriormente, com o meu pai, o engenheiro Luiz Pellizzaro, vivemos a epopeia, desde a construção do Catetinho. Recentemente, D. Margot, como é conhecida, verdadeiro arquivo vivo da história, filha do general de Divisão Manuel Pedro de Alcantara, o último dos marechais, gravou depoimento para o Arquivo Público do DF sobre essa experiência.
» Humberto Pellizzaro,
Asa Norte


» Cheguei em Brasília em 1963. Ao amanhecer do dia 26 do fevereiro, terça-feira de carnaval, ao longe avistei, iluminado pelos primeiros raios do Sol, o Plano Piloto, praticamente formado pela Asa Sul, com algumas raras construções na Asa Norte. Se não tive a sorte de ver Brasília nascer, inaugurada em 1960, tive o privilégio de, durante 57 anos que aqui estou, de vê-la crescer, tornando-se umas das três maiores metrópoles do Brasil, hoje, com mais de 3 milhões de habitantes. Vim para trabalhar no Colégio Dom Bosco como professor e educador. Dos 90 anos de minha vida, dediquei mais de 50 à área da Educação, na esperança de ver o Brasil entre as nações do primeiro mundo. Se não aconteceu, aposentado, estou à espera de que a arquitetônica e moderna capital venha inspirar os governantes para que isso aconteça, onde correrá leite e mel, como visionado por Dom Bosco, em 1883.
» Elizio Nilo Caliman,
Lago Norte
 
 

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