Opinião

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Correio Braziliense
postado em 22/04/2020 04:04
Vem aí a Covidão

Parece que, entre nós, a história insiste e se repete como farsa grotesca. Como aconteceu em junho de 2005, foi preciso que um alerta vindo do ex-deputado e atual presidente nacional do PTB, Roberto Jefferson, para que o país acordasse para mais um crime de corrupção previamente anunciado e com certidão de nascimento, nome dos pais e nome de batismo bem apropriado: Covidão. Em longa entrevista concedida nessa segunda-feira (20) aos jornalistas dos Pingos Nos Is, da rádio Jovem Pan, o ex-parlamentar e peça-chave no megaescândalo do mensalão e que, na oportunidade, quase levou o ex-presidente Lula ao impeachment, deflagrando uma das maiores crises políticas de todos os tempos, voltou a público para revelar novas armações em andamento.

De fato, são informações bombásticas, colhidas nos bastidores, por uma das mais descoladas raposas políticas e que acompanha de perto e como protagonista toda a cena nacional, desde os primeiros anos da redemocratização do país. O que mais um vez Roberto Jefferson tem a revelar, à semelhança do que ocorreu no passado, nenhum órgão de fiscalização e controle do Estado, mesmo a Polícia Federal, parecem ter percebido.

De novo, o epicentro desse escândalo, segundo ele, está sendo detectado no seio do Congresso Nacional, envolvendo os mesmos personagens do passado ou seus atuais descendentes e representantes. Segundo o dirigente do PTB, dessa vez os desvios de dinheiro têm como fonte o projeto aprovado por 431 votos contra 70, em votação eletrônica e feita a distância, que autoriza, em nome do socorro emergencial para o combate ao coronavírus, que estados e municípios gastem, sem maiores burocracias, o equivalente a R$ 100 bilhões.

Para Jefferson, trata-se de mais um crime de corrupção que começou agora a ganhar seus primeiros contornos sob a coordenação direta do presidente da Câmara e do chamado Centrão. Para ele, essa montanha de dinheiro vai ser, em grande parte, desviada para as eleições municipais deste ano ou para as próximas.

Dessa vez, alerta, será o escândalo da Covidão-19. De fato, alguns indícios vêm sendo revelados em algumas unidades da Federação, como no Rio de Janeiro, no Ceará, em Salvador e em outros lugares, com a compra superfaturada de hospitais de campanhas e outros insumos necessários para o combate ao coronavírus, repetindo o mesmo modelo de crime conhecido há décadas e que, ao fim e ao cabo, acabam em processos infindos, jogados para as últimas instâncias, nas quais se localiza o paraíso da impunidade geral e irrestrita.

» A frase que foi pronunciada:

"Não à ciência, mas a caridade transformou o mundo em algumas épocas; somente poucas pessoas passaram à história por causa da ciência; mas todos poderão ficar eternos, símbolo de eternidade da vida, em que a morte é só uma etapa, uma metamorfose para uma ascensão maior, se dedicarem-se ao bem."
Giuseppe Moscati, médico, canonizado pelo papa João Paulo II.

Novidade
» Santa Catarina é o primeiro estado da Federação a adotar homeopatia como ferramenta na luta contra a pandemia. Por meio da Associação Médica Homeopática de Santa Catarina, em parceria com a ABFH (com a representante Karen Denez), foi concluído o documento de Diretrizes Clínicas para Uso da Homeopatia na Prevenção e Tratamento da Covid-19. O projeto foi iniciado no estado para dar suporte ao desejo do governo catarinense em adotar homeopatia, em caráter complementar, no enfrentamento da Covid-19.

Mais ou menos
» Tanto tempo para a reforma nas passagens das quadras 100 para as 200 e o asfalto sem nenhuma qualidade. Por outro lado, vamos torcer para, em dias de chuva forte, haver escoamento pluvial.

Sem fome
» Veja no Blog do Ari Cunha o resultado do Movimento Maria Cláudia pela paz, que o entregou para a Ascap (Ação Social Caminheiros de Antônio de Pádua).

» História de Brasília
A diferença do Distrito Federal para Goiânia é um estímulo ao comércio da capital de Goiás. Para que possamos recomendar a todos que façam suas compras em Brasília, é preciso, também, que o comércio entenda que está explorando. Os casos que reúnem maiores reclamações são os das farmácias e das casas de utilidades domésticas. (Publicado em 5/1/1962)
 
 

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