Correio Braziliense
postado em 25/04/2020 04:06
Os argumentos são diretos e comoventes: “Microcefalia não impede a criança de viver, não torna a pessoa menos humana, não impede os pais de serem felizes. Por que essas crianças não mereceriam viver?” A mensagem é de um grupo que tem um trabalho espetacular na defesa de inocentes, o Movimento Nacional da Cidadania pela Vida — Brasil sem Aborto.
A organização, suprapartidária e suprarreligiosa, reúne pessoas de todo o país e com as mais variadas profissões para defender a preservação da vida desde a concepção. O magnífico trabalho delas, em diversas frentes, é contínuo, porque insistentes também são as investidas dos que buscam salvo-conduto para assassinatos. No Brasil, infelizmente, já há muitas brechas legais para a interrupção da gravidez, e os pró-aborto querem avançar mais, até escancarar de vez a porta para a matança.
Nestes dias, a mobilização do movimento e de outros pró-vida foi contra a Ação Direta de Inconstitucionalidade 5581, apresentada pela Associação Nacional de Defensores Públicos (Anadep), no Supremo Tribunal Federal (STF), para descriminalizar a interrupção da gestação em casos de grávidas infectadas pelo zika vírus.
No momento em que escrevi este texto, o STF analisava a ADI e, portanto, ainda não havia um resultado, mas confio que os ministros não acatarão pedido tão repulsivo. Acabar com uma vida no útero porque corre o risco de nascer com má-formação? Criança com deficiência não deve ter o direito de viver?
Lenise Garcia, presidente do Movimento Nacional da Cidadania pela Vida — Brasil sem Aborto, escreveu sobre isso no site da organização, o brasilsemaborto.org: “Um aspecto particularmente nefasto do aborto eugênico — aquele que ocorre porque o filho em gestação não é ‘perfeito’ — é a carga de preconceito que o fundamenta.
Estaríamos negando a dignidade da vida de crianças deficientes, vistas como alguém que não deveria estar vivo porque representa um peso para sua família e para a sociedade”. Uma análise precisa. Ela acrescentou: “Crianças com deficiência merecem ser acolhidas, cuidadas, amadas. Fazem a diferença em suas famílias, contribuindo para que tenhamos um mundo melhor”.
Parabéns a Lenise, aos demais integrantes do movimento e a todos os pró-vida que se empenham diariamente para defender os mais vulneráveis. Espero que também possa felicitar os ministros do STF por refutarem a nefasta ação.
Notícias pelo celular
Receba direto no celular as notícias mais recentes publicadas pelo Correio Braziliense. É de graça. Clique aqui e participe da comunidade do Correio, uma das inovações lançadas pelo WhatsApp.
Dê a sua opinião
O Correio tem um espaço na edição impressa para publicar a opinião dos leitores. As mensagens devem ter, no máximo, 10 linhas e incluir nome, endereço e telefone para o e-mail sredat.df@dabr.com.br.