Correio Braziliense
postado em 27/04/2020 04:14
Moro x Bolsonaro
O modo adotado pelo então ministro Sergio Moro para deixar o governo teve, nitidamente, a intenção de causar o maior estrago possível ao governo Bolsonaro. Esse governo está se destacando pelo enfrentamento da corrupção sistêmica implantada no Brasil, da qual uma das facetas se expressa como governo de coalizão, mas gera contrariedades em amplos setores da sociedade. Tendo sido na luta contra esse mesmo mal nacional que o juiz de Curitiba se notabilizou, resta que agora se empenhe em entregar o governo às forças que combatia. O que pode ser mais importante do que livrar o Brasil da corrupção institucionalizada, contra a qual ele dedicou toda a sua vida profissional? Sua biografia? Essa conta não está fechando, assim como a atuação da Polícia Federal, no caso Adélio, convenhamos.
» Rubi Rodrigues,
Octogonal
» Extemporânea e decepcionante a atitude do presidente Bolsonaro de demitir o ministro Sergio Moro, o membro de seu governo mais proeminente e possuidor da maior aceitabilidade por parte da população brasileira. E o que me causou mais incredulidade nessa decisão foi o presidente declarar que queria à frente da Polícia Federal alguém de sua confiança, alguém que ele pudesse se dirigir para saber informações internas da PF, conforme declarou Sergio Moro em sua entrevista. Isso é patético, pois significaria que passaria por cima de seu ministro para obter informações de um dos seus subordinados, o que é totalmente inaceitável e antiético. Lamentável, sob todos os pontos de vista, a demissão do Ministro Sérgio Moro.
» Paulo Molina Prates,
Asa Norte
Parlamentarismo
Porque sou parlamentarista? O Brasil é mais monárquico do que pensamos. Adepto de uma monarquia tendente ao absolutismo, e não ao ritual parlamentar. O povo elege não um presidente, mas um monarca temporário, que pensa que é de fato um monarca absoluto eleito. Presidentes não devem ter a competência ou atribuição para decidir os destinos do país. Apenas devem administrar a coisa pública segundo a constituição, as leis, estas sim, a expressão da vontade dos cidadãos, subordinando-se digna e humildemente a elas. Deveriam até ser proibidos de tentar modificá-las. Mas, não, querem uma constituição de acordo com seu pensamento e interesses. Poder reescrever a constituição e mexer nas leis ao seu bel prazer. Trazer toda uma corte de assessores e seguidores fanáticos para aparelhar o Estado e submetê-lo a sua vontade. Democracia? República? Ledo engano. Cria-se uma disputa entre o Estado e o governo. Entre o executivo e o legislativo. O aparelho permanente do estado, tendo suas instituições e carreiras típicas e exclusivas comprometidas com a continuidade administrativa e o governo buscando domá-los para submetê-los aos seus próprios e imediatos interesses e do(s) grupo(s) que o financiou(aram) e a quem servem. A república deve ser um empreendimento durável a serviço de seus donos, os cidadãos. Qual dono de empresa daria mandato ao seu CEO e perderia o controle sobre ele por esse prazo, como acontece com os eleitores em relação aos presidentes e aos parlamentares? O parlamentarismo se aproxima mais de um modelo republicano, desde que haja voto de desconfiança capaz se destituir o governo, na figura do primeiro-ministro e seu gabinete, e haja um presidente que em nome do Estado possa dissolver o parlamento a qualquer tempo. Tudo sem crise. Na vacância do gabinete, o Estado continua gerindo o país, segundo as últimas diretrizes políticas. No interregno do parlamento, continua-se a obedecer a constituição e cumprir as leis. Por isso abomino nosso presidencialismo. Nosso parlamento atual não é bem formado, sei, mas num parlamentarismo os eleitores vão progressivamente percebendo o poder que delegam aos seus representantes, os parlamentares, presidentes, e assim, vão sendo mais seletivos e responsáveis ao elegê-los. Vão deixando o comportamento messiânico e alienado que caracteriza a maioria dos eleitores do nosso regime presidencialista.
» Mardonio Sarmento,
Brasília
Brasília, 60 anos
O sonho de dom Bosco se tornou realidade pelas mãos e pelo suor derramado dos inúmeros cidadãos que vieram ao centro oeste do país para participar dessa empreitada de construir e consolidar a nova capital do país. Brasília foi assentada nesse rincão desconhecido e inacessível pela maioria do nosso povo. A partir daí, o país tomou forma, deixou de ser, simplesmente, de característica litorânea, explorado desde a época do Império e passou a ser este que, agora, todos conhecemos. Devemos, tudo isso, a esses importantes brasileiros, liderados por um time de ouro, que aqui não vou enumerar para não cometer injustiças. Time esse capitaneado pelo nosso expoente político, Juscelino Kubitschek de Oliveira. Brasília trouxe o desenvolvimento ao Centro-Oeste e como consequência ao restante do país. Foi uma tarefa árdua, que muitos não acreditavam na sua viabilidade e que alguns, inclusive, torceram contra. Não seria mesmo muito fácil convencer parte daquela elite do poder a se transferir para essa região, até então, considerada inóspita, para que daqui partissem as mais altas decisões nacionais. Graças ao punho firme desse autêntico e ilustre brasileiro essa, antes utopia, é, hoje, a Brasília de todos os brasileiros
» Vilmar Oliva de Salles,
Taguatinga.
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