Correio Braziliense
postado em 04/05/2020 04:13
Democracia
A democracia se construiu com base em um leque de valores humanistas que estabeleciam certas noções civilizatórias e fronteiras não para excluir, mas para incluir. Com todos os seus limites, a democracia era o lugar onde desembocavam várias lutas por direitos e por liberdade. Agora está acontecendo o contrário. Os maus modos do neofascismo brasileiro estão transformando a ignorância e a opressão em estados de vida e código de valores, e isso bate de frente com a ideia de democracia. Se o neofascismo brasileiro não emula o fascismo italiano que consagrou a ditadura de Benito Mussolini (1883-1945), ninguém pode negar os modos de nossa conversão própria da política em violência. O autoritarismo em questão também se impõe, conforme destaca o título do bombástico livro de Greg Palast (2004), como a melhor democracia que o dinheiro pode comprar. O jornalista estadunidense denuncia o pacote de maldades, anunciado pela elite do crime em tempos de pânico econômico globalizado — “soltar os Quatro Cavaleiros da Reforma: eliminar os gastos sociais, cortar a folha de pagamentos do governo, quebrar os sindicatos e, o verdadeiro prêmio, privatizar empresas públicas lucrativas”. Na verdade não tem existido em lugar algum do mundo, durante um tempo apreciável, um governo do povo, pelo povo e para o povo. Democracia é o sistema pelo qual o povo é governado, segundo o modelo político e econômico de sua preferência, por homens que respeita e em quem confia. Como a prudência é subordinada à justiça, assim a política deve ser subordinada à ética. Apesar dos pesares, chegará o dia em que o povo será, concretamente, a origem, o meio e o fim da democracia.
Marcos Fabrício Lopes da Silva,
Asa Norte
Mistérios
A criminosa e covarde guerra continua, e enormes são os desafios impostos por autores anônimos que, até agora, continuam sem deixar uma pista — desses culpados — em megadimensão no mundo. O Fundo Monetário Internacional (FMI) assim estimou: “A retração global, em 2020, será de 3% e projetou que o mundo pode enfrentar recessão maior que a da Grande Depressão’’ (15/4). E vêm à tona algumas indagações: como continuarão os governos, a sociedade civil, os militares e os eclesiásticos diante desses mistérios que afrontam a nós todos? Será se esses rumores de que os Estados Unidos ou outros países tiveram mais óbitos da pandemia, após os usos de produtos importados chineses, são de fato verídicos? Haja mistérios que ainda precisam ser desvendados! E quando teremos notícia da possível queda dessa curva ascendente em nosso país? Observa-se que o criminoso vírus (que atua na rapidez de relâmpago e em progressão geométrica) veio mesmo para empobrecer e dilacerar as nações. Enquanto isso, continuamos convivendo com situações misteriosas nesse mundo do capitalismo, e com os contrapontos dos que defendem o socialismo e o comunismo. E haja teses que batem de frente... Nesse meio termo, ficam bilhões de pessoas no mundo que ainda têm a boa fé em querer contribuir com o desenvolvimento das nações e voltados aos bons ângulos: os do bem melhor para si e sua família e, ao mesmo tempo, daqueles voltados ao bem de todos. Que façamos nossas boas reflexões, e que Deus nos ilumine neste mês de maio, que é o da Mãe Maria Santíssima, das mães, das flores e de nós todos!
Antônio Carlos Sampaio Machado,
Águas Claras
Negação
Isolado politicamente, com a credibilidade em queda entre os eleitores, denunciado pelo ex-ministro Sergio Moro e acumulando cadáveres no colo, Bolsonaro, até então guerreiro do povo brasileiro contra a corrupção, se joga nos braços do Centrão. O grupo ganhou notabilidade por reunir deputados atolados em processos de corrupção e que negociam até a alma por algum benefício próprio, sem qualquer compromisso com o país. Agora, é nesse reduto que mergulha o presidente. Por certo, teme que a qualquer momento o presidente da Câmara, Rodrigo Maia, seu desafeto direto, saque do armário um dos mais de 20 pedidos de impeachment. Então, o Centrão, com tudo que ele arrancará do governo, pode ser sua tábua de salvação para se manter no comando do Executivo. Quem diria, Bolsonaro fazendo acordo com a banda podre do Congresso, cedendo ao toma lá dá cá e negando seus discursos de campanha? Mas como ele diria: “E daí?”
Humberto Vieira,
Asa Norte
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