Opinião

Visto, lido e ouvido

Correio Braziliense
postado em 07/05/2020 04:05

Fábula das boas companhias

Ditado antigo recomendava: “Junte-te aos bons e serás tão bom quanto eles. Junte-te aos maus e serás pior que eles”. Esse conselho valia no passado e serve também no presente, principalmente para aqueles indivíduos que escolheram como ofício profissional trabalhar em prol da sociedade e tendo a vida pública como baliza e norte em suas tarefas cotidianas. Aos que optaram por funções eletivas, esse conselho não só é fundamental, como capaz de indicar se o homem público terá, ou não, futuro nessa missão, cuja  visibilidade, inclusive de sua vida íntima, passa a ser total. Para esses escolhidos pela sociedade, com cargos de representantes diretos, todo poder e toda a responsabilidade são repassados por meio do voto. Da mesma forma como foi dado, cada voto será cobrado em dobro, o que obriga os eleitos, dotados de ética, a carregar sobre os ombros uma responsabilidade imensa e uma inquietude constante em atender aos anseios de todos.

Uma vez alçados ao posto de representantes, outra tarefa será escolher, entre seus pares, aqueles que podem somar forças para o alcance de objetivos comuns, sempre guiados pelos mais altos valores éticos. E é aí que mora o problema. Num mundo ideal, essas parcerias seriam possíveis, não só entre os pares, mas também entre os apoiadores. Ocorre que na vida real, o que se tem é o que aí está. É pegar ou largar. E de nada adianta pretender ser um freira dentro de um lupanário ou se recolher à solidão do mandato como um ser pudico. O jeito é integrar-se aos demais e deixar fluir. É quando as pretensões castas se transformam em êxitos possíveis, segundo a fórmula que o que se tem é o que está em mãos, nada mais. 

Em meio à multidão de representantes, a ética passa a ser apenas o exercício do possível. Do mesmo modo, como ocorria na juventude e, contrariamente, ao que diziam os pais, as companhias mais divertidas e venturosas eram justamente as menos recomendáveis. Na função de representante, serão essas mesmas más companhias que vão prometer mais ganhos e mais vitórias imediatas, não importando por quais caminhos. Portanto, é preciso se integrar e colher o que se acredita ser vantagens para si e, quem sabe, para seus eleitores. As favas à ética e os velhos conselhos. 

Por esse caminho, os ganhos materiais para o eleitorado são certos, sendo que os custos embutidos vão passando despercebidos. Com isso, fica acertado também a continuação no cargo, garantido pela reeleição. Os exemplos vindos de companheiros vitoriosos, ricos e festejados pelo eleitorado reforçam a tese e a certeza de que esse deve ser o único caminho. Mas é quando um pequeno deslize acontece, desses sem importância, que logo se transforma em escândalo, fazendo toda a vida desfilar diante dos olhos numa velocidade estonteante, que vem à lembrança os sermões do passado. Agora, o relógio suíço substituído pela pulseira de aço das algemas, diz que estarás entre iguais, mesmo sendo o pior de todos.



A frase que foi pronunciada

“A verdade na vida em sociedade é como a estricnina no organismo de um indivíduo: terapêutica em pequenas doses e em condições especiais, mas, de outro modo, e no geral, um veneno letal.”
Frank Knight, economista americano


Beleza
Veja, no Blog do Ari Cunha, a defesa de Fábio Hiro, fundamentando argumentos para que os salões de beleza voltem a trabalhar. Luvas, máscaras, materiais esterilizados, agendamentos para não haver tumulto. Com mais de 20 mil seguidores no Instagram, Hiro descreve o caos econômico em uma classe, em que o grupo divide o que recebe. Vale acompanhar.


Imagem e comunicação
Simples assim. O coach do presidente Bolsonaro está fraco. Ele pode lutar contra tudo e contra todos. Mas sem melhorar a imagem e comunicação, a tarefa é vã.


Educação
Em Alagoas, já está decidido. Escolas particulares que optaram pelas aulas on-line só podem cobrar o valor da mensalidade com desconto de 30% ou mais. Depende da sensatez da diretoria.


Emergência
Sem sangue no estoque, a Homoclínica do DF pede socorro. Veja todos os detalhes sobre como ajudar no Blog do Ari Cunha.


Aporte
DF recebe verbas para o combate do coronavírus, compensação de dívidas, segurança pública e saúde autorizadas a receber aporte no salário, entre outras iniciativas. Total de R$ 1,4 bilhão. No Blog do Ari Cunha, o senador Izalci Lucas explica a distribuição.


Discursos
Miguel Nicolelis supercriticado pela opinião sobre o coronavírus. Autoridades brasileiras propõem o lockdown enquanto passeiam para todos os lados.



História de Brasília

Contrariando decisões em vigor, o Banco da Lavoura instalou uma agência volante na Cidade Livre. (Publicado em 11/1/1962)
 
 
 
 
 
 

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