Correio Braziliense
postado em 09/05/2020 04:04
Opositores
Comentaristas políticos, ou melhor, opositores ao governo Bolsonaro, criticaram a ida do presidente da República ao Supremo Tribunal Federal, na quinta-feira, acompanhado de ministros e empresários da indústria. O STF tem sido a oposição mais organizada ao governo do presidente Jair Messias Bolsonaros, ao condenar a maioria dos seus atos. A independência dos poderes passou a ser dependente da mais alta Corte do país, principalmente neste período de pandemia da covid-19. O presidente tem razão ao afirmar que economia é vida. Mas os supremos magistrados não concordam e, por isso, emperram qualquer medida do governo no sentido de reativar a economia. O desemprego que se aproxima dos 13 milhões de pessoas será a derrocada deste país. Mas isso não interessa aos ministros nem à impressa, movida por esquerdopatas. Ninguém nega que a vida é o bem maior. Mas como sobreviver sem emprego, sem dinheiro no bolso? A indústria nacional, antes muito doente, hoje, está com o pé na cova. Deixar a indústria morrer é matar o país também. Travar a economia é tão letal quanto o vírus. As autoridades, governadores, prefeitos, Judiciário e Legislativo precisam compreender que sem dinheiro no bolso não dá para viver. Morreremos todos de fome. Ao contrário do noticiário, o presidente não invadiu o Supremo. Ele cumpriu o seu dever de buscar sensibilizar o Judiciário para que pare de condenar todas as suas iniciativas em defesa da economia brasileira.
João Paulo Guimarães,
Asa Norte
Coronavírus
O senhor Roberto Azambuja escreveu uma carta apontando mentiras no episódio da covid-19. Uma é difícil de atestar — o inicio em novembro, na China. Outra não é mentira, mas mudança de orientação, no caso das máscaras. Mas me chamou a atenção a afirmativa de que países saíram da epidemia sem quarentena e obtiveram mais êxito do que outros que a adotaram. A Coreia do Sul fez isso, mas lastreada em testes universais e quarentena de infectados. Taiwan adotou ação semelhante. Suécia não cumpriu a recomendação e sofre com muito mais casos e mortes que os países escandinavos vizinhos que implementaram o isolamento social. Em todos esses países seus robustos sistemas de saúde suportam o aumento da demanda. Ou seja, cada país procura seu método para combater a pandemia. Infelizmente, o Brasil, por falta de liderança do governo federal, não conseguiu adotar nenhum modelo, nem mesmo um que explicitasse que cada município e cada estado poderiam adotar o que fosse mais indicado, sob a coordenação geral do Ministério da Saúde.
Sylvain Levy,
Asa Norte
» A insensatez e a obsessão do presidente Jair Bolsonaro de suspender a quarentena, não importando quantos morram nessa guerra contra o coronavírus, recomendam que o chefe do Executivo seja examinado por psiquiatra. Não é possível que, diante do número crescente de mortes, ele não consiga se sensibilizar, pois insiste em valorizar uma economia esfarrapada, argumentando que a volta ao trabalho significa “vida”. Desde quando? Uma inversão absurda de valores. A economia depende da vida das pessoas, valor supremo de qualquer sociedade. Sem os cidadãos, não há economia. Os operários são a força propulsora de qualquer economia. Uma sociedade doente, assustada, enlutada pela perda de pessoas queridas, não movimenta nada — muitos não conseguem se mover, aprisionados na depressão ante a morte prematura de familiares. As nações europeias, os Estados Unidos e outros países são exemplos de que o negacionismo dos danos do novo coronavírus só levou uma massa de pessoas às valas comuns, como no holocausto. O governo Bolsanaro é um fracasso, não pelos seus quadros técnicos, mas por ele mesmo, que se tornou o seu mais cruel algoz. Entrará para a história como o comandante em chefe que empurrou os brasileiros à degola pelo coronavírus. Sua biografia, que não é lá essas coisas, será marcada como o presidente mais frio, insensível e sem qualquer expressão de solidariedade com familiares e vítimas da maior crise sanitária deste século, apoiada por uma manada de vândalos, que só conhecem a linguagem da violência.
Giovanna Gouveia,
Águas Claras
» Um churrasco para 30 pessoas e uma partida de futebol são a programação de fim de semana do presidente Jair Bolsonaro, anunciada por todos os meios de comunicação. Ele promove uma festa no Palácio do Alvorada, quando milhares de brasileiros sofrem com a morte de seus entes queridos. Quanto escárnio! A maioria dos brasileiros está em pânico com o avanço da epidemia do novo coronavírus, que alcançou os segmentos mais vulneráveis social e economicamente. Nas agências da Caixa Econômica, as imensas filas mostram a cara da miséria, que tenta se agarrar numa tábua de R$ 600 para sobreviver ao naufrágio. Mas o presidente vai comemorar a tragédia com um churrasco. Este é chefe do Executivo que jurou defender o país e seu povo.
Euzébio Queiroz,
Octogonal
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