Opinião

Visto, lido e ouvido

Correio Braziliense
postado em 09/05/2020 04:04
Com a faca e a fofoca na mão

Quando o tsunami da crise da pandemia ceder e baixar é que vamos verificar que países e governos andaram fazendo a lição de casa, conforme o receituário da ciência médica, e quais preferiram o caminho da improvisação e do amadorismo. E ainda: quais países obtiveram os maiores resultados positivos, tanto na garantia de vidas de suas populações, quanto na estabilidade de suas economias.

Dificilmente, a fórmula de menos falências e menos falecimentos está no cômputo das medidas adotadas pelos governos de todo o mundo. Seguramente, encontrarão melhores condições e prazos mais curtos de recuperação aquelas nações que escolheram o difícil caminho do meio, encaminhando suas escolhas políticas internas entre os bens materiais, indicados no Produto Interno Bruto (PIB), e a saúde de sua gente. Por enquanto, esses são alguns dos indicadores que podem ser adiantados e, com certa segurança, em meio à vassoura da morte que segue varrendo nações inteiras para as valas comuns.

Outro indicativo de certeza é com relação ao patamar de desenvolvimento de cada país que terá reflexos diretos na velocidade de recuperação de cada um. Por certo, os países abaixo da linha do Equador serão, mais uma vez, os mais penalizados. Outros que poderão estar em maus lençóis, depois da crise de saúde pública, serão aqueles cuja a qualidade e transparência de suas máquinas governamentais continuam embaçadas pelo vapor tóxico de suas ideologias políticas. Nesse caso, é fácil adivinhar que países diferentes, como China, Rússia, Coreia do Norte, Venezuela, por suas características internas, poderão estar em piores situações pelo simples fato de que seus governos controlam o fluxo de informação.

Essa é, sem dúvida, uma lição simples a ser colhida dessa crise, que pode ser resumida em uma nota máxima: transparência é saúde e vida. Outras muitas conclusões certeiras que, de antemão, podem ser colhidas da atual quarentena mundial é que, uma vez sanado o problema em âmbito global, poderemos descobrir que papel e importância cada organismo supranacional, como a Organização das Nações Unidas (ONU), a Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico (OCDE), o Fundo Monetário Internacional (FMI), os Brics, o Mercosul e muitos outros tiveram na crise e se ainda respondem, de modo satisfatório, às demandas em caso de calamidade em grande escala.

De certo, todas essas questões ganharão ainda mais relevância e efeitos dentro do Brasil, e por uma razão até singela: em nosso país, a questão de saúde pública, representada pela pandemia, adquiriu um viés político muito marcante e até mais complicado do que todos os aspectos de saúde e de estagnação de uma economia que se esforçava para avançar.

A incapacidade política da nossa maior liderança de corretamente de acordo com as necessidades do momento é, talvez, o traço mais marcante de nossa desorganização. O fato de ainda persistirem elementos de suspeitas de corrupção nos sobrepreços de equipamentos, como hospitais de campanha, respiradores automáticos e muitos outros insumos de emergência, denota e expõe o grau de atraso do nosso Estado e da pequenez moral de nossos homens públicos. 



A frase que foi pronunciada

“Nenhum governo pode ser firme por muito tempo sem uma oposição terrível.”
Disraely, escritor, político


Cultura
Fãs de Regina Duarte buscam telefones da Secretaria de Cultura para deixar mensagens de apoio, mas nenhum número que está no portal atende.


Coração bom
Por falar em Regina Duarte, ela deu um baile quando perguntaram a razão de não ter havido nenhuma manifestação da pasta quanto às mortes dos artistas nesses últimos dias. Respondeu, com a candura de uma criança. Ligou para cada uma delas, dando os pêsames.


Arquivo secreto
Por que os países atingidos pela pandemia do novo coronavírus sofrem a Síndrome de Estocolmo em relação ao país culpado? O silêncio sobre esse assunto é ensurdecedor.


Questione sempre
Veja no Blog do Ari Cunha as ponderações de uma criança sobre a crise atual. Vale ver. Pense numa pandemia inteligente!



História de Brasília

Prossegue ativa a campanha contra Brasília. Seus inimigos não dormem e não reconhecem o trabalho que foi feito até hoje na capital federal. Desvalorizam a arrancada histórica e procuram esconder as grandes realizações. (Publicado em 6/1/1962)




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