Correio Braziliense
postado em 19/05/2020 04:05
O tamanho e a complexidade do desafio que o mundo todo enfrenta com a pandemia da covid-19 são inéditos e ainda difíceis de mensurar. É crise sem precedentes na história recente da humanidade que, mais do que nunca, demanda a união entre setores público e privado para o enfrentamento da pandemia. O objetivo é comum a todos: tornar a sociedade mais forte na dura batalha. A união de esforços proporciona execuções mais rápidas de projetos direcionados a solucionar a crescente demanda por insumos, equipamentos de proteção individual, respiradores, leitos e profissionais de saúde — este, o recurso mais nobre para a ampliação da capacidade de atendimento hospitalar.
Garantir o acesso à saúde é, sem dúvida, um dos obstáculos mais críticos a ser superado neste momento. O envelhecimento das populações, somado às mudanças dos perfis epidemiológicos e dos padrões das doenças, já dificultava medidas de promoção e proteção da saúde das pessoas antes mesmo de a covid-19 aparecer. Mais ainda para os indivíduos mais vulneráveis. A pandemia tem feito crescer de maneira exponencial a demanda por leitos no Brasil, notadamente de UTIs. Na sexta-feira (15 de maio), a taxa de ocupação de leitos de tratamento intensivo estava em 84,4% na Grande São Paulo, segundo dados da Secretaria Estadual de Saúde. Na mesma data, o estado superou a marca de 4.500 óbitos pela covid-19.
No UnitedHealth Group Brasil, estamos mobilizados, desde fevereiro, para honrar o compromisso com nossos beneficiários e pacientes de oferecer acesso aos serviços médico-hospitalares tão necessários neste momento. Com 35 hospitais no Brasil, abrimos 350 novos leitos, chegando a 4.313, contratamos profissionais e aumentamos a reserva de insumos e equipamentos em tempo recorde. Como presidente de um dos maiores grupos de saúde do Brasil, reflito sobre como podemos unir forças — o público e o privado — para endereçar os principais gargalos da saúde no momento atual. E isso tem acontecido. Só em São Paulo, meio bilhão de reais foram doados pela iniciativa privada para o sistema público nos últimos 30 dias. O montante foi obtido de 118 empresas que integram o Grupo Empresarial Solidário de São Paulo, que atua em conjunto com as autoridades estaduais no enfrentamento à pandemia do coronavírus.
Uma dessas empresas é o UnitedHealth Group Brasil, que, ao todo, investirá R$ 38 milhões para, entre outros objetivos, aumentar a capacidade de leitos, de exames e de equipamentos de proteção individual para o SUS. Mas não vamos trabalhar apenas na expansão da rede e condições de atendimento. Apoiaremos projetos que, simultaneamente, produzirão equipamentos de proteção para profissionais da saúde pública e vão gerar renda para grupos vulneráveis, com o suporte de organizações não governamentais.
Também vamos contribuir para programas de produção e compra de testes de detecção da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), no Rio de Janeiro, e do Instituto Butantan, em São Paulo. A solidariedade social, a velocidade de reação à pandemia e a integração de competências serão determinantes para minimizar as consequências do maior desafio de saúde deste século.
A junção de esforços governamentais e privados tem sua eficiência comprovada por diversas experiências internacionais e nacionais. O que é notado e apoiado pela população. Segundo o estudo global Edelman Trust Barometer 2020, durante a pandemia, 45% dos entrevistados consideram mais eficaz o trabalho das empresas e do governo atuando juntos, enquanto o governo sozinho tem apenas 20% da confiança.
Essa é uma doença de efeitos respiratórios severos, que exige alto consumo de medicamentos, equipamentos e atenção do corpo clínico das unidades hospitalares. Como médico, acredito que o caminho para virarmos o jogo seja mediante a adoção de medidas que minimizem o contágio em paralelo à ação rápida de provimento de insumos e ampliação de leitos públicos e privados. A batalha é contra a doença e contra o tempo. E, juntos, somos mais fortes.
* CEO do UnitedHealth Group Brasil
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