Qualquer aluno de economia do primeiro ano da faculdade sabe muito bem que uma economia estatal, ancorada nas diretrizes burocráticas de um Estado de partido único, não guarda similitude alguma com economias liberais, em que a livre concorrência está na base da geração de riqueza desse tipo de mercado. O capitalismo do tipo comunista é uma teoria que só poderia ter abrigo na mente erma de petistas e outros adeptos da esquerda esquizofrênica.
Nessa empreitada quixotesca entre o PT e o Partido Comunista Chinês, onde aquele país foi reconhecido como economia de mercado, o balanço, depois de 10 anos de duração é, como não poderia deixar de ser, nitidamente favorável aos chineses e aos planos estratégicos de longo prazo daquele partido do outro lado do mundo. Como não seria diferente também, as normas de mercado para que esse acordo “histórico” funcionassem minimamente bem tiveram que sofrer um processo de reengenharia econômica para serem viabilizadas.
A aplicação das normas do comércio internacional estabelecidas pela Organização Mundial do Comércio (OMC) sofreu alguns “ajustes”, como no caso das medidas antidumping e de salvaguardas comerciais. Na prática, as regras da OMC não são e nunca foram plenamente acatadas pela China, sendo tanto esse país quantoa Rússia submetidos a um regime especial, ou, em outras palavras, a um “jeitinho” pela OMC.
Já naquela época não foram poucos os brasileiros, principalmente os empresários, que passaram a alardear e a implorar para que o governo tomasse sérias medidas para proteger o parque industrial nacional, claramente vulnerável as investidas brutais daquele novo parceiro arranjado pelo PT. Tomando apenas o aspecto para a formação de preços dos produtos fabricados por aquele país do Leste, o Brasil já saiu desse acordo no prejuízo. Questões simples como o valor da mão de obra, dos direitos trabalhistas entre outros componentes dessa matemática, como é o caso do respeito à propriedade intelectual, que na China são tratados como desprezíveis, o Brasil jamais poderia se situar em pé de igualdade comercial com o novo parceiro.
Naquele distante ano de 2011, as federações das indústrias de todo o país passaram a alertar, em vão, para o perigo desses acordos, a um governo totalmente surdo e inebriado pelas possibilidades “estratégicas” que vislumbrava com a nova parceria. Os empresários eram uníssonos em afirmar que esses acordos eram notoriamente uma decisão de cunho político e bem distante dos liames da economia nacional. Esse fato era também reconhecido publicamente pelo próprio presidente como uma vitória sua e de seu partido no poder.
Toda aquela história de que o Brasil seria tratado pela China como país amigo e prioritário em destinos de investimentos foi sendo modificado à medida em que aquele país avançava sobre a economia brasileira. Dentre as vantagens prometidas pela China para atrair o Brasil petista à sua área de atuação, figurava um possível apoio para que nosso país passasse a ocupar, definitivamente, um assento como membro permanente do Conselho de Segurança da ONU, uma obsessão do então presidente Lula, que sonhava também vir a ser o futuro secretário-geral daquela organização.
Tudo sonho de uma noite de verão. Um olhar rápido para o que se sucedeu, 10 anos após esses acordos, dá uma noção do que ocorreu de fato com mais essa herança nefasta legada por Lula e seus asseclas. As previsões dos produtores nacionais se confirmaram com a rápida desindustrialização do parque nacional, com o fechamento de milhares de fábricas e a demissão de milhões de empregados. Em qualquer área da produção industrial que se mire, o fechamento de empresas e as falências são fatos que não se discutem.
A inundação de produtos chineses de baixíssima qualidade e a preços irrisórios destruiu vários segmentos não só na indústria como no comércio. Com o avanço das importações chinesas, a economia nacional poderá ter sofrido um recuo de décadas, tornando-se dependentes de produtos que, no passado, fabricava com muita eficiência e qualidade. Empresas calçadistas, ramo no qual o Brasil era destaque mundial pela qualidade e originalidade, simplesmente desapareceram quase que por completo. O mesmo ocorreu com a indústria têxtil. Nesse sentido, vale o que dizem a respeito dessa parceria: primeiro, dizem os chineses, nós quebramos suas pernas, depois enviamos as muletas a preços módicos.
“O perigo do socialismo nivelador e de todas as teorias simplistas resulta especialmente de que, sendo tais teorias deveras acessíveis à alma das multidões, estas se orientam facilmente as forças cegas e devastadoras do número.”
Gustave Le Bom, polímata francês
História de Brasília
Quando o governo fizer pulso forte e se decidir a meter na cadeia quem deve estar preso, proibir atos de terrorismo, punir, enfim, severamente, esses perturbadores da madrugada deixarão de existir, ou, pelo menos, acovardar-se-ão dentro de sua insignificância. (Publicado em 08/01/1962)
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