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Correio Braziliense
postado em 28/05/2020 04:05
Exemplo português
Portugal e Suécia são dois países europeus com população aproximada de 10 milhões. Mas as semelhanças acabam aí. A Suécia é desenvolvida e rica, com um PIB per capita de US$ 60 mil. Portugal é um dos países mais pobres da Europa, tem PIB per capita de US$ 30 mil (dados de 2018). Os dois países optaram por estratégias diferentes para combater a covid-19. A Suécia não adotou o distanciamento social, confiou no bom senso e nas boas condições de vida do povo e na rede hospitalar e optou por conviver com o vírus para adquirir imunidade de rebanho, sem parar a economia. Portugal adotou o afastamento social e, entre 12 e 15 de março, fechou as escolas e o comércio não essencial, proibiu voos para os países mais contaminados e isolou as fronteiras. Hoje, podemos fazer um balanço parcial dos dois casos. Portugal teve o menor número de mortes da Europa ocidental e inicia a volta às atividades. Em 25 de maio, o país tinha 30.788 casos confirmados e 1.330 óbitos (13,3 mortes por 100 mil  pessoas). Já a Suécia, na mesma data, contava com 33.843 casos e 4.029 mortes (40,3 óbitos por 100 mil), ou seja, o triplo de mortes de Portugal. Quanto à imunidade de rebanho, os dois países tinham números aproximados de infectados. E, na economia, o BC sueco reconhece que i país deverá ter uma queda de 10% em 2020. Conhecendo-se os dados, por que pessoas ainda insistem em defender o modelo sueco e não o exemplo de Portugal? País bem mais próximo de nós tanto no nível de desenvolvimento e quanto à identidade cultural? O primeiro ministro português, Antônio Costa, sugere porque lá o afastamento gerou tão bons resultados: “É nos momentos difíceis que emergem o melhor e o pior de nós. Felizmente, em Portugal, todos concordamos que o vírus é sério e os partidos se uniram para salvar vidas.”
» Ricardo Pires,
Asa Sul

Ódio
Os ataques do ministro da (des)Educação, Weintraub, aos povos indígenas e aos ciganos, ao dizer, na reunião de 22 de abril, que odiava o reconhecimento dessa parcela da população como povos, é indiscutível prova da sua ignorância quanto à formação do tecido demográfico e cultural do país. Ele expressou o racismo institucional que permeia os órgãos de governo. O ódio de Weintraub traduz a ideologia racista e negacionista que orienta as ações do governo federal. A reunião de 22 de abril mostrou claramente que os ministros não atuam em defesa da sociedade brasileira, mas se preocupam em fortalecer o danoso viés, próprio de um Estado ultradireitista. Weintraub não é o único venal do grupo. O ministro da Economia, Paulo Guedes, festejou “a granada colocada no bolso dos servidores públicos” por meio do congelamento dos salários. O antiministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, quer aproveitar a crise do novo coronavírus para mudar regras ambientais, facilitar a degradação do patrimônio natural e garantir a impunidade dos predadores. A ministra Damares quer tornar real e mais profunda a guerra declarada pelo presidente contra os governadores e prefeitos. Prometeu colocar na cadei  aqueles que adotaram o isolamento social como medida preventiva de expansão da contaminação pelo novo coronavírus. É um ministério da desarmonia, que age movido pelo ódio.
» Isadora Costa,
Águas Claras


Pátria doente
O slogan “Brasil acima de tudo” está prestes a ganhar novo significado: “Brasil acima de tudo, contaminado”. Infelizmente, nossa pátria amada Brasil está enferma, de norte a sul, de leste a oeste, por falta de políticas públicas eficazes na saúde e na clara ausência de coordenação no ministério. Diante disso, o país marcha para o topo do ranking de mortes diárias pelo coronavírus, previu o médico Drauzio Varella. O negacionismo do capitão elevou o patamar da tragédia. Ele desprezou a ciência e torpedeou as medidas de distanciamento, necessárias para frear a contaminação. O Brasil é o único país do mundo que descartou dois ministros da Saúde em plena epidemia. Em 500 dias no Planalto, Bolsonaro afastou todos os auxiliares que ousaram questioná-lo. Sobraram os lunáticos, os oportunistas de plantão e os generais que toparam o papel de cúmplices e comparsas. Eles colocaram a imagem das Forças Armadas a  serviço de um presidente que põe o povo em risco e usa o poder para proteger os filhos da polícia. Logo após a saída de Nelson Teich da pasta da Saúde, ministros entraram no circuito para defender o chefe. O general Luiz Eduardo Ramos acusou a imprensa de instalar um clima de terror.Quando o general entrou na escola de cadetes em 1973, a ditadura censurava notícias sobre uma epidemia de meningite. O general Braga Netto culpou o jornalismo por casos de depressão e violência doméstica na quarentena. No mesmo dia do pedido de demissão de Teich, o ministro Paulo Guedes descreveu o presidente  Bolsonaro como “um democrata” que não concorda com a velha política e combate o aparelhamento. Não obstante, Bolsonaro havia acabado de reconduzir Carlos Marun, fiel escudeiro de Eduardo Cunha, ao Conselho de Itaipu. O ex-deputado embolsará  R$ 27 mil por mês com a mamata. O dinheiro poderia sustentar 45 famílias com o auxílio emergencial de R$ 600. O novo coronavírus acusou negativo para o presidente. No entanto, o chefe da nação foi acometido do mal de Alzheimer, pois, está de volta o toma lá dá cá criticado outrora com veemência pelo então candidato Bolsonaro. Pasmem, hoje, o tratamento (cargos) oferecido aos políticos assintomáticos é ministrado pelo doutor Jair.
» Renato Mendes Prestes,
Águas Claras
 
 

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