Opinião

>> Sr. Redator

Correio Braziliense
postado em 07/06/2020 04:23
Armas

O número de mortes pelo novo coronavírus parece insuficiente para o presidente Jair Bolsonaro. Três meses depois de a população começar a travar a guerra contra o novo coronavírus — o inimigo invisível —, ele inaugurou o primeiro hospital de campanha em Águas Lindas de Goiás, um município com baixíssimo Índice de Desenvolvimento Humano (IDH), vizinho ao Distrito Federal. Na cerimônia, Bolsonaro não fez nenhuma referência à pandemia nem ao crescente número de vítimas. Ele preferiu o tema principal: armar a população e anunciou que poderá franquear a importação de armas para alcançar o seu intento. Com certeza, fez a alegria das milícias que dominam o seu reduto eleitoral, o Rio de Janeiro. Esqueceu, talvez, que o novo coronavírus não é abatido à bala nem à cloroquina. Em tempo: espera-se que seja mais uma fake news a notícia de que circulou sexta-feira pela internet de que o presidente pretende evitar a divulgação dos dados reais sobre número de infectados e mortos pela covid-19. A sociedade tem direito à informação.
» Adriano Freitas, Sudoeste


Renascimento


O mundo está perplexo. Atônito e indefeso. De cabeça para baixo. Todos, sem exceção, foram surpreendidos com o tenebroso coronavírus. Varreu-se da Terra os intocáveis e bravateiros. Os insensíveis ficarão para trás. De alguma forma, toda a humanidade foi atingida. Ainda não se sabe quando o vírus assassino será varrido de nossas vidas. Sabe-se o inevitável: o mundo terá que ser passado a limpo. Colocará, no lixo do esquecimento, almas ressentidas e odiosas. O planeta conduzirá o renascimento do planeta. A reformulação será completa. Hábitos serão filtrados. Espíritos serão pacificados. Haverá mais respeito entre as pessoas. A arrogância, o egoísmo e a intolerância perderão o sentido. A insensatez dará lugar para a paciência. A solidariedade, tão presente e marcante na atual quadra do vírus, permanecerá com lugar cativo nos corações e nas ações dos homens de boa vontade. O ser humano, na hora de se reinventar, terá que lutar para expulsar de dentro de si os sintomas do medo, do pânico e do pessimismo. Precisará encher os pulmões de esperanças. Corações afoitos seguramente ficarão mais próximos da paz e do amor ao próximo. Da tristeza e do desespero de ter perdido o emprego, amigos e familiares, nascerá o ciclo da tão sonhada e aguardada fraternidade universal.
» Vicente Limongi Netto, Lago Norte

Indignação


Fiquei indignado com a manchete: Mais de 1.262 mortes (3/6). É o destino de todo mundo. Logo abaixo uma charge do presidente Bolsonaro riscando a covid-19 e escrevendo “destino”. Na minha avaliação, a manchete é tendenciosa e inverídica. Entendi que o destino de todo mundo é morrer (como de fato é), com ou sem covid-19. Penso que essa era a ideia do presidente.
» Germires Félix Dantas, Brasília


Covid-19

O CB tem publicado, diariamente, estatística acumulada de morte pela covid-19, com manchete: novo recorde. Gráfico acumulado implica, necessariamente, recordes sucessivos e, mais do que informar, assusta as pessoas. Nunca contamos mortos. Para informar, o dado deveria vir acompanhados da estatística de mortes por problemas respiratórios nos últimos anos, de sorte a destacar apenas o eventual crescimento. Conheço pessoas que estão encerradas em casa há quatro meses, apavoradas com as notícias, descuidando de outras enfermidades, em processo de perda de imunidade. Vai chegar o dia em que qualquer desconforto lhes será fatal. Queremos ter isso na consciência?
» Rubi Rodrigues, Octogonal


Fanatismo

Faz muito tempo que o inesquecível Pelé afirmou que o brasileiro não sabe votar, e o atual presidente é prova dessa afirmação. Totalmente incompetente para dirigir uma nação tão grande quanto a brasileira. É despreparado emocional e culturalmente. O que será que ele disse àquele deputado que lhe deu uma cusparada? E os impropérios que disse àquela deputada! Foi deputado federal por 30 anos, segundo dizem, jamais apresentou um projeto. Falta-lhe educação escolar e, principamente, a de berço, razão dos palavrões que emite, inclusive em reuniões com seus ministros. Ofendeu a esposa do presidente da França, ofendeu os chineses, com seu comportamento deseducado, ofende os brasileiros conscientes. Os seus seguidores fanáticos e cegos não sabem o que é uma ditadura. Durante a que se instalou  em 1964, vi militares pegando mulher à força na W3 Sul. Um corenel quis me obrigar a atender a um médico na Fundação Hospitalar-Seção Financeira na hora do almoço, não atendi, fui perseguido, mas resisti. Querem que o Brasil se transforme numa Venezuela, Cuba ou numa Nicarágua? Parem para pensar, deixem o fanatismo e a cegueira de lado, sejam racionais. A democracia reina no mundo, querem mais uma ditadura?
» Anísio Teodoro, Asa Sul


Notícias pelo celular

Receba direto no celular as notícias mais recentes publicadas pelo Correio Braziliense. É de graça. Clique aqui e participe da comunidade do Correio, uma das inovações lançadas pelo WhatsApp.


Dê a sua opinião

O Correio tem um espaço na edição impressa para publicar a opinião dos leitores. As mensagens devem ter, no máximo, 10 linhas e incluir nome, endereço e telefone para o e-mail sredat.df@dabr.com.br.

Tags