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Correio Braziliense
postado em 09/06/2020 04:05
O guru
Pegou muito mal o vídeo do guru do clã Bolsonaro, o astrólogo Olavo de Carvalho, que circulou nas redes sociais e veículos de comunicação no fim de semana. Ele usou e abusou dos palavrões — atribuo a ele o tom das reuniões ministeriais —, ameaçou o presidente e, no fim das contas, ele quer mesmo é o dinheiro dos brasileiros para bancar as indenizações, devida a todos que agrediu, impostas por condenações judiciais. O auxílio emergencial exigido pelo guru e mentor da ala ideológica do governo é estimado em R$ 3  milhões — equivalente a 5 mil benefícios, hoje, pagos(?) aos brasileiros que perderam sua fonte de renda com a pandemia. Será que Paulo Guedes conseguirá criar uma rubrica no orçamento para atender ao astrólogo? Ou será que 5 mil brasileiros desempregados ficarão ao deus-dará? Estranhamente, não se viu nenhuma reação dos assessores palacianos mais próximos do presidente nem dos filhos, devido às ofensas, e não foram poucas, que Olavo de Carvalho desferiu contra seu mais eminente seguidor, o presidente da República Federativa do Brasil. Agora, não tenho dúvida de que todos os palavrões e desaforos do guru boca-suja, dirigidos ao presidente, não passaram de exercício do direito à liberdade de expressão.
» Gilberto Borba,
Sudoeste

Manifestações
Nas manifestações ocorridas na Esplanada, no domingo, havia um grupo de fascistas antidemocracia, como a imprensa qualificou, que vestia verde-amarelo e portava bandeiras brasileiras. Esse grupo expressou-se em ordem e seus membros não tinham instrumentos para agressão. Do outro lado, havia um grupo autodeclarado antifascista e pró-democracia, que agitava bandeiras vermelhas, cor do nazismo e do comunismo, e mostrava o punho cerrado, símbolo da esquerda internacional opressora, e alguns dos seus manifestantes estavam munidos de porretes de madeira, coquetéis molotov, galões de gasolina, spray, soco inglês e faca, como a polícia expôs.  Fico em dúvida se as tendências dos grupos não estavam trocadas. Fascismo verde-amarelo? Democracia vermelha?
» Roberto Doglia Azambuja,
Asa Sul

Racismo
As manifestações sociais nos Estados Unidos parecem revelar a eclosão de velhos e antigos problemas. Considerado por muito tempo um paraíso das liberdades, o país tem agora todo o establishment acuado, em forte desafio a muitas de suas desgastadas leis e instituições. Joelho nopescoço não é uma figuração democrática. Além do mais quando o joelho é de um policial branco e o pescoço de um negro pobre. Esse dado nos parece, apesar da brutalidade, um sintoma a apontar a ruína de muitas concepções e procedimentos na velha nação do Norte. Revelando que, naturalmente, o primeiro ingrediente da liberdade humana é o oxigênio, o assassinato de Floyd parece arrancar dos americanos novas e centenárias máscaras. Ungido pela sociedade americana à condição de herói, a morte de George Floyd parece ter deixado a poderosa nação literalmente de joelhos. Num solene e ritualístico reconhecimento de seus erros e em comovente apelo a um novo tempo.
» Fran Figueiredo,
Asa Norte

Mulher
No meu sentir, salvo outras explicações, Jaime Pinski, em alguns pontos, não foi muito feliz no artigo O que é ser negro (6/6), ao comparar a situação da mulher com a raça negra. Citou a escritora francesa Simone de Beauvoiar, que afirmou que a mulher é fruto da sociedade, e não da biologia. Em seu amparo, o articulista afirmou que, no interior do país, persiste a ideia que existe a “mulher para sair” e “mulher para casar”, uma criação da sociedade, para arrematar que a raça negra, biologicamente falando, não existe. A raça negra existe, sim, constituída por grupos de cidadãos de pele escura, originários do sul da África, cujos ancestrais foram marcados pelo sol inclemente daquela região. Os cientistas perpetuam a existência de apenas duas raças: a humana e a animal. Equivocam-se. Há as raças negra, amarela e branca. O mundo é dividido por raça. Cada raça tem seu lugar de origem. Até no reino animal, as raças tem suas derivações: a dos cachorros, a dos cavalos, a dos gatos. Se no mundo animal existem várias raças, por que não haveria de existir no reino humano? A mulher, no sentido de fêmea, não é uma construção da sociedade, mas da biologia, que a concebeu diferente do homem. A mulher de “sair” ou  a de “casar” tem o lugar de forjar o ser humano (útero) e o homem de depositar a semente. Há uma só mulher apta a gerar outro ser humano. Daí que o comparativo nada tem a ver, pois o racismo advém da cor da pele, independentemente do comportamento na sociedade, ao passo que a mulher, sendo de pele branca, depende do seu comportamento.
» Rubens Martins,
Lago Norte

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