Correio Braziliense
postado em 12/06/2020 04:13
Organismos internacionais estimam que a retração global da economia poderá chegar a 7,6% este ano, caso haja uma segunda onda de infecção pelo novo coronavírus, possibilidade que não é descartada pelos infectologistas. Se não acontecer o repique da contaminação em escala planetária, o encolhimento econômico será de 6% e a recuperação, ano que vem, de 5%, de acordo com projeção da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE).
Relatório da instituição internacional sobre expectativas econômicas globais aponta recessão em praticamente todos os países do mundo e, no Brasil, pode ser ainda mais acentuada. Pelas estimativas do Banco Mundial, a queda do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro será de 8%, a pior da série histórica.
O mundo passa pela mais devastadora crise econômica, social e de saúde desde a Segunda Guerra Mundial e os especialistas mostram-se preocupados com a vulnerabilidade financeira dos países emergentes, devido ao aumento da dívida pública. Com o avanço da covid-19, os governos centrais foram obrigados a abrir os cofres para socorrer entes federados, empresas e trabalhadores, a fim de impedir a quebradeira geral e o fechamento de postos de trabalho. Além de disponibilizar — no caso do Brasil — um programa de ajuda emergencial aos informais, que não tinham a quem recorrer para sua sobrevivência.
Economistas sublinham que, no meio da pandemia, as economias emergentes sofreram o baque da fuga de capitais — a falta de perspectiva afugentou os investimentos; o choque nos sistemas de saúde, que atingiu, também, os países desenvolvidos, como a Itália; a queda nos preços das commodities, que têm grande peso na pauta de exportações brasileiras; e o socorro aos informais, que não sobrevivem sem a proteção governamental numa conjuntura como a atual.
Inquestionável que esta é a primeira vez que uma crise de tamanha amplitude (social, econômica, financeira e de saúde) atinge, praticamente, todas as nações do planeta. Na avaliação de economistas, o mundo vive, literalmente, na corda bamba, e a retomada do crescimento se dará de forma mais lenta do que o projetado anteriormente. As incertezas são muitas, mas existe o consenso de que os efeitos negativos serão mais duradouros do que o esperado, sobretudo para os emergentes.
Para a OCDE, está difícil para os agentes econômicos formularem políticas governamentais pós-crise. A entidade defende que a saída, no momento, é a continuidade dos gastos dos governos nos programas de ajuda emergencial. Sempre tendo como foco a abertura de empregos e a atração de novos investimentos, com o intuito de que a economia deixe a crise de olho no futuro. Por isso, a necessidade urgente de uma política nacional de enfrentamento à pandemia. O governo tem de fazer mais, melhor e mais rápido.
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