Correio Braziliense
postado em 17/06/2020 04:05
Acreditar que o período de quarentena, que levou mais da metade da população mundial a se fechar em casa nos últimos três meses e parcela significativa da humanidade a rever uma série de antigos conceitos e comportamentos, tanto nas interações sociais quanto em relação ao próprio planeta, vai se demonstrando uma expectativa frustrada.
Um olhar nas manchetes diárias, ao longo de toda essa crise na saúde, comprova que ainda não foi, destsa vez, que os seres humanos puderam aprender com a lição imposta pela doença mortal. As crises políticas, econômicas e sociais, tanto internamente quanto no resto do mundo, prosseguem no mesmo ritmo, ou até mesmo mais acirradas. Em alguns lugares, como em nosso país, elas se intensificam, ganhando uma dimensão de tal monta, que não será surpresa se, mais adiante, viermos, mais uma vez, a assistir à interrupção brusca em nossa dinâmica democrática.
Na verdade, em muitos locais do mundo, e aqui mesmo, a quarentena, ao ilhar as pessoas em suas casas, afastando-as do convívio natural em sociedade, tem servido como catalisador e subterfúgio para muitas lideranças políticas, em todos os Poderes da República, agirem com uma desenvoltura nunca vista antes, urdindo negociações e entabulando medidas que, em situações normais, seriam quase impossíveis de serem realizadas. Longe do olhar vivo e do bafo quente da sociedade, as engrenagens do Estado vêm operando com força máxima, enquanto a população parece entorpecida num sono profundo.
Enquanto o Supremo é atacado com fogos de artifício, numa simulação do que seria um ataque de artilharia pesada contra a magistratura do país, tudo isso sob o beneplácito do próprio Executivo, leis diversas que interferem diretamente na vida dos cidadãos estão sendo discutidas e votadas de forma virtual e rápida no Congresso. Aos poucos, também uma série contínua de limitações vão sendo impostas ao livre exercício da cidadania, impondo regras, limitando direitos e disciplinando a vida em sociedade quando ela voltar às ruas.
Em nome do combate à pandemia, restou à sociedade, inerte e assustada, delegar, sem contestações, às autoridades constituídas a edição de um rol imenso de medidas que irá regular, de forma mais restritiva, toda a vida social, impondo regras que, se fossem do conhecimento prévio das pessoas, não seriam aceitas de forma passiva. A vida real, como dizia um compositor, é aquilo que acontece enquanto estamos, todos nós, trancados em casa, sonhando e fazendo planos para um futuro incerto. É exatamente isso que está acontecendo com essa quarentena que nos afasta das mudanças que estão ocorrendo sob nossos pés.
A frase que foi pronunciada
A frase que foi pronunciada
“O caminho da verdade é único e simples:
o da falsidade, vário e infinito.”
Amador Arrais, religioso e escritor português do século 21
Boa ideia
Havia na W3 um placar em que os semáforos eram sincronizados com os dados mostrados aos motoristas. Assim, se o equipamento explicitasse, por exemplo, 40km/h, e o motorista obedecesse essa velocidade, consegueria pegar todos os sinais verdes.
Higiene
Andando na praça da alimentação nos shoppings é possível ter uma amostra de como as cozinhas funcionam. São raros os estabelecimentos onde usam luvas. Mesmo apenas para servir, daria mais segurança aos clientes. Não é possível que seja necessária uma lei para multar quem não cumpre o protocolo de higiene durante uma pandemia.
Insensatez
Nos ônibus, mercados e lojas em geral, o caixa que recebe em dinheiro também não usa luvas.
Proatividade
Veja no Blog do Ari Cunha: garotos tentando abrir portaria de prédio na Asa Norte. Não conseguiram. Se o governo implementasse políticas públicas para que a juventude em situação de vulnerabilidade pudesse se profissionalizar, daríamos exemplo para o país.
Será?
Lojas do Conjunto Nacional permitem o uso do provador. É o fim do coronavírus?
Confira
Morador de um apartamento da Asa Sul levou um susto quando se debruçou na janela para alcançar alguma coisa no ar. A tela de proteção, que dá segurança para as crianças da casa, estava totalmente ressecada e desgastada e soltando as amarras.
História de Brasília
História de Brasília
Foram feitos os primeiros contratos de locação entre o IAPC
e os moradores da Asa Norte. O preço dos aluguéis são
de Cr$ 17.900, havendo, ainda, uma taxa de administração
que será aproximadamente de 3 mil cruzeiros.
(Publicado em 10/1/1962)
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