Correio Braziliense
postado em 20/06/2020 08:00
A prisão de Fabrício Queiroz, ex-assessor do então deputado estadual e, hoje, senador Flávio Bolsonaro (Republicano-RJ) e amigo do presidente Jair Bolsonaro, mexeu com a rotina do Palácio do Planalto. Queiroz foi encontrado na casa do advogado do senador e do presidente, Frederick Wassef, em Atibaia, no interior de São Paulo.
Queiroz está envolvido no escândalo da rachadinha da Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro, em que parte do salário dos servidores do gabinete era devolvida aos parlamentares. Ele é suspeito, também, de contratar funcionários fantasmas e administrar o caixa da rachadinha devido à movimentação atípica em conta bancária identificada pelo Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf).
Em pronunciamento, como faz todas as quintas-feiras, Bolsonaro reclamou da espetacularização da prisão de Queiroz. Não se alongou muito no assunto. Mas questões óbvias precisam ser respondidas. E caberá ao senador Flávio dissipar todas as dúvidas para que o governo possa se concentrar em questões importantes para o país, como o combate à pandemia do novo coronavírus e a urgente retomada da atividade econômica.
O Brasil perdeu tempo demais. Mais de 1 milhão de pessoas foram infectadas pelo novo coronavírus, o país está chegando aos 50 mil mortos pela covid-19 e o desemprego caminha a passos céleres. O governo não pode se deixar contaminar por problemas que podem paralisar suas ações, mesmo que estejam relacionados ao filho do presidente. A população está ansiosa por medidas efetivas em todas as áreas.
O presidente chegou ao poder com 57 milhões de votos de brasileiros. Mas deve satisfação a todos. Há um clima de ansiedade grande. Empresas estão fechando as portas aos milhares, empregos são destruídos e muitas são as queixas por causa das dificuldades no acesso aos programas de combate à pandemia lançados pelo Ministério da Economia. Se ficar preso a questões familiares, o chefe do Executivo não conseguirá atender aos anseios da população.
Em 2019, os resultados da economia ficaram aquém das expectativas da sociedade. Neste ano, uma profunda recessão está contratada. O momento, portanto, é de ações contundentes, de sair do discurso para a prática. Isso exige governantes concentrados em trabalhar para o bem de todos. Esclarecer o caso Queiroz rapidamente pode ser uma grande chance de o presidente resgatar a credibilidade do governo e dar um rumo ao país em direção ao crescimento econômico.
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