Opinião

Sr. Redator

Correio Braziliense
postado em 02/07/2020 04:05



Pacto
Os conflitos políticos e institucionais que eclodiram no Brasil no presente governo apresentam uma característica singular: todos os contentores atacam e defendem posições alegando atuarem em defesa da democracia. Esse fato nos força concluir que democracia constitui unanimidade nacional. Ora, sendo esse o caso, resulta evidente que os conflitos decorrem de diferentes concepções do que seja democracia. O modo racional de superar isso, consiste em qualificar o modelo democrático que convém à nação brasileira e gerar solução que posicione Estado, políticos e população, do mesmo lado, unindo forças na produção do bem comum. Não pode ser qualificado democrático, regime no qual a população esteja de um lado e os agentes públicos de outro. Menos ainda que tais agentes públicos, além de justa remuneração, usufruam de privilégios típicos de regimes monárquicos. Ou qualificamos a democracia ou mudamos o nome do regime.
Rubi Rodrigues, Octogonal 


Salários
O ministro Paulo Guedes, alguns leitores e parte da imprensa têm obsessão pelo salário dos servidores públicos. É caso crônico de psicanálise. Esquecem, por má-fé ou estupidez, que a pandemia da covid-19 também atingiu milhares de famílias de servidores públicos, com mortes e desempregos de parentes, que precisam ser ajudados. Aumentam, assim, os gastos de chefes de famílias, que são altos, porque também ajudam netos com educação, plano de saúde e vestuário. A decisão do STF foi clara. Só resta, agora o choro compulsivo daqueles que preferem argumentar com hipocrisia e servilismo.
Vicente Limongi Netto, Lago Norte


São Francisco
A Transposição das águas do Rio São Francisco foi um foco de roubalheira nos governos do PT, especialmente, do ex e futuro presidiário. Foram bilhões de reais roubados. A obra era um sonho de moradores de vários estados. Vivemos de sonhos. O povo pobre, ou não, que é beneficiado, hoje, com aquele líquido precioso, terá grandes dificuldades para acesso ao canal. O que se sabe, por alto, é que a cerca que fica a 200 metros de um lado e de outro foi construída com estacas de cimento fincadas a cada 2 metros, com 10 linhas de arame farpado. Outra coisa: os ribeirinhos do canal não usufruirão da água para fins de plantio ou irrigação. Daí, não fossem os desvios dos recursos, tal obra teria sido concretizada e seus idealizadores, conseguido os louros do sonho nordestino. Temos um presidente eleito democraticamente que está trabalhando, e não roubando. Esta semana foi inaugurado mais um trecho do canal, no Cariri (CE). Sorte dos moradores das cidades nordestinas que receberão a água da transposição.
José Monte Aragão, Sobradinho


Coronavírus
O foco dos governadores, únicos responsáveis pelas medidas de enfrentamento ao coronavírus, conforme determinação do Supremo Tribunal Federal (STF), é o atendimento em UTI e a compra de respiradores. A consequência é o aumento incontido das internações e o esgotamento da capacidade hospitalar. Há, porém, experiências importantes, em vários lugares do Brasil, que conseguiram esvaziar os hospitais e quase zerar o número de mortes, como Belém, Floriano, Porto Feliz e na Rede Prevent Sênior, entre outros. A diferença em relação aos protocolos oficiais foi que iniciaram o tratamento tão logo se caracterizou o quadro clínico de covid-19. Por que os governadores, tão interessados em salvar vidas, não copiam essas experiências e evitam as internações, que causam despesas elevadas? Não é preciso ser médico para entender que, quanto mais cedo se trata a doença, maiores são as possibilidades de cura, principalmente, quando se trata de uma doença infecciosa grave, de rápida evolução, na qual cada minuto conta. Fico a pensar com que intenção foi implantado esse protocolo absurdo, que manda o paciente para casa até sentir falta de ar, sinal de grave comprometimento pulmonar e também neurológico, cardíaco, renal e hematológico. Pode ser sentença de morte, como tem sido em muitos casos. É intrigante que os governadores deem preferência a um tratamento em UTI em vez de outros, de menos de R$ 100, que podem curar nos primeiros dias e controlar a expansão do contágio, o que o “fique em casa” depois de quatro meses ainda não conseguiu.
Roberto Doglia Azambuja, Asa Sul


Futebol
Merecida homenagem, sob o título— É nossa a Jules Rimet —, aos heróis conquistadores do tricampeonato, no México em 1970. À Jules Rimet, homenagens póstumas, pois foi derretida na fornalha da ganância de maus brasileiros. Não mereceram igual lembrança os 25 anos da conquista do tetra, em 1994, nos Estados Unidos, com a honra da taça, derretida na fornalha do “voo da muamba”, por obra da ganância dos jogadores, com a cumplicidade de seleta caterva de cartolas. O voo, que saiu do Brasil com três toneladas de lastro, retornou com 14 pesadas toneladas de contrabando, com a negação de serem vistoriadas pelo Fisco. Na ocasião, escrevi minha primeira carta de leitor, publicada pelo Correio Braziliense, no dia 8 de agosto, sob o título “Decepção com gesto da CBF na Alfandega”, nos termos a seguir. Fui, como todo o brasileiro, torcedor entusiasmado de nossa seleção na Copa. Acompanhei colado à tevê, junto com minha família, todos os jogos.Vibrei com meus filhos, no Eixão, na chegada dos campeões a Brasília. A apoteótica recepção, porém, parece ter subido à cabeça de nossos heróis. Não esperava que, na chegada à alfândega do Rio, essa imagem fosse depreciada pela atitude dos jogadores, incluisive mau exemplo de um batalhão de mais de 70 cartolas, negando-se a abrir suas malas para a fiscalização da Receita. Não bastasse isso, usaram de chantagem emocional, ameaçando não desfilar para o povo do Rio e, pasmem, devolver as medalhas com que o povo brasileiro os decorara, em Brasília, por meio do presidente da República. Senti-me perplexo e revoltado. Continuo a torcer pelo futebol do Brasil, menos para que seja campeão mundial.
Elizio Nilo Caliman, Lago Norte
 
 
 

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