Opinião

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Correio Braziliense
postado em 03/07/2020 04:15

Servidores


Procuro ficar fora de polêmicas, mas a carta de certo leitor (2/7), frequentador costumaz desta tribuna, com suas diatribes e comentários virulentos, merece reparos, em nome do bom jornalismo e da informação, afinal, a figura é jornalista. Ele discorda, violentamente, dos que têm opinião diferente da sua, atacando outros leitores deste jornal e o próprio jornal, vide editorial de 26/06: “Demonstração de insensibilidade”. Seus argumentos são infantis, visto que os demais cidadãos também têm as necessidades, por ele elencadas, dos servidores públicos. Deveria ter ficado calado. Fiquei desconfiado com tanta veemência e fiz um tour pela internet e pelo Portal da Transparência. Ora, ora, o que vemos? O perfil deste senhor, defensor intransigente de figuras como Renan Calheiros e Fernando Collor (do qual foi assessor), que recebe a módica aposentadoria de mais de R$ 30 mil mensais pelo Senado. Duvido que os valorosos jornalistas do Correio tenham um salário ao menos perto disso. Pelo visto, ele não cederia um centavo sequer dos seus polpudos vencimentos pela causa que aqui lancei na quarta-feira. Infelizmente, nós, que temos necessidade de tratamento psiquiátrico, segundo seu abalizado diagnóstico de jornalista, não podemos contar, como ele, com o atendimento nessa especialidade no serviço médico do Senado.

» Humberto Pellizzaro, Asa Norte


Bolsonaro

O grande mal de Bolsonaro seria o de se julgar o mais sábio, entre os menos sábios, não aceitando conselho para escolher seus colaboradores. Para quem o conhece, a escolha de Decotelli não foi o último chute por cima das traves. Com a criação de mais ministérios, mais oportunidades para fazer gols contra o Brasil. Ou será que, em última instância, os conselheiros que dispõe entre seus auxiliares palacianos não estão aptos a indicarem ministros honestos e competentes para os cargos, por desconhecerem as virtudes e habilitados necessárias para os cargos ou por não conhecerem os indicados?

» Elizio Nilo Caliman, Lago Norte


Uruguai

Mais um artigo na imprensa que só se destaca o lado negativo da pandemia, da falta de colaboração internacional, notadamente nas Américas. Verdade, sim, mas só citam todos os casos de inação. Em nenhum lugar na mídia, nem agora nem antes, cita-se o caso emblemático do Uruguai. Hoje, o único país das Américas que a União Europeia aceita passageiros. O Uruguai controlou totalmente a pandemia. Com 3,5 milhões de habitantes, população similar à do DF, tem 80 casos ativos, dois  internados em UTI e nenhum outro internado e 26 casos com morte. Explicações para o sucesso: país fácil de isolar apesar da fronteira terrestre com o Brasil, interior de baixa densidade populacional, sistema de saúde integrado privado-público funcionando bem, duas vezes mais médicos por habitante do que o Brasil, medicina domiciliar extensa, o paciente com sintomas não vai ao hospital. Mas o fator essencial foi o de uma ação rápida, precoce, detectando desde o primeiro caso, rastreando todos os contatados com casos registrados, testes massivos e, sobretudo, colaboração total da população e ação coordenada pelo presidente que acaba de entrar e fez um trabalho exemplar. Acho que este caso deveria estar na primeira página dos jornais. Lamentavelmente, um país vizinho exemplo de democracia e de ser uma das nações menos corruptas do mundo. O que mereceria, também, capa de jornal só por isso é completamente ignorado pela mídia. Outra capa de jornal: acaba de ser lançado uma app em colaboração com a Apple, Google e governo uruguaio que avisa se a pessoa está perto de um infestado e dá conselhos sobre o que fazer. Veja os dados da Transparência Internacional, que o coloca na posição 21 entre os menos corruptos de 198 países (https://www.transparency.org/en/cpi/2019/results/ury).

» Juan José Verdesio Bentancurt, Lago Norte

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