Opinião

>> Sr. Redator

Correio Braziliense
postado em 10/07/2020 04:05
Amazônia

Há uma porção de opções ao seu dispor para tomar uma posição sobre a questão da Amazônia e da sua floresta. Numa ponta, há um mundo de gente convicta de que a Amazônia está sendo destruída pelo fogo neste exato momento e de que essa calamidade, entre outras coisas, vai impedir daqui a pouco a população de respirar. Na ponta oposta, há o bloco dos que classificam todos os alertas sobre os riscos ambientais existentes na região de conspiração, estrangeira e interna, contra o Brasil, com propósitos políticos, econômicos e ideológicos. Entre as duas, há 50 tons de cinza. É preciso fazer a diferença entre o bioma amazônico e a chamada Amazônia Legal. O bioma Amazônia é a Amazônia de verdade, onde existe floresta de verdade. Tem 4,2 milhões de km² e representa, muito simplesmente, a metade do território do Brasil. A Amazônia Legal, com 1 milhão de km² a mais, é apenas ficção burocrática, nascida de manobras tributárias e engloba um espaço geográfico muito maior do que o da mata verdadeira para  permitir que as áreas ali localizadas ganhem vantagens tributárias. Nas contas que correm o mundo, essa Amazônia de papel, com mais de 5 milhões de km² e onde entra até o Pantanal, é a que vale. Obviamente, a devastação anotada ali é muito maior do que na floresta verdadeira. O que interessa mesmo, em termos de mata, é o bioma Amazônia. Estão preservados por lei 65% de toda a área ocupada por ele, não se pode mexer, mesmo porque boa parte disso são terras indígenas, parques nacionais, espaços do Exército. A verdade, em suma, é que a vegetação nativa da Amazônia ocupa 350 milhões de hectares, uma área em que caberiam 17 países da Europa. O problema é o exato contrário da visão vendida mundo afora. O Brasil tem floresta, mas a sua capacidade de cuidar dela, e de cumprir as leis que a protegem, é francamente miserável e criticável. Não é capaz de evitar o desmatamento ilegal, afora a improbidade administrativa do agente público. Eis aí o desastre real. Não há nenhuma necessidade de inventar desastres que não existem. Senhor ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, sua nefasta intenção de aproveitar a pandemia para passar a boiada não vingou, a boiada morreu no pasto.
» Renato Mendes Prestes,
Águas Claras

Cobra

Impressionante a sequência de atitudes irresponsáveis e inconsequentes praticadas tanto pelo estudante de veterinária que criava em casa uma cobra venenosíssima, quanto a do seu amigo que a abandonou em um lugar público! Imaginem se essa cobra tivesse fugido da caixa e se embrenhado no Cerrado? Dificilmente seria encontrada, colocando em pânico toda população da região.
» Paulo Molina Prates,
Asa Norte


» A fiscalização no país é um fracasso. Não à toa, ocorrem desvios de dinheiro público; redes de mentiras que comprometem a credibilidade das autoridades e de seus asseclas — como foi reveladoo pelo Facebook — e a entrada de animais e contrabandos, entre outras tantas coisas, que revelam a fragilidade e a ineficiência dos serviços de fiscalização. Uma naja picou um jovem que criava o animal. Como uma espécie dessa entra no país, na capital da República? A espécie é nativa da África e da Ásia, o que fortalece a hipótese de que tenha sido contrabandeada de terras tão distantes do Brasil. O risco de o animal produzir mais danos, dos que, lamentavelmente, causou ao criador, não pode ser ignorado. Também, não à toa, há várias organizações não govevernamentais que se ocupam de zelar pelas espécies de animais nativos do Brasil que são contrabandeados para o exterior. Por essas e muitas outras, aqui se diz que há leis demais, entre muitas que “pegam” e tantas outras que “não pegam”. Tudo facilita a ilegalidade, a transgressão das normas e, principalmente, a impunidade.
» Humberto Vieira,
Asa Norte


Veto

A coluna Eixo Capital (8/7) trouxe, uma nota intitulada Veto. Trata-se do veto do presidente Bolsonaro à emenda da deputada Erika Kokay (PT-DF) que tornava obrigatório o uso da máscara para todos os servidores de presídios e unidades de cumprimento de medidas socioeducativas. Como sabemos, o veto do presidente baseou-se nos pareceres dos órgãos técnicos. Triste e equivocado é o julgamento da nobre deputada que disse que o veto “é mais uma expressão de desrespeito e desprezo de Bolsonaro pela vida”. Logo a deputada Kokay vem dizer isso do presidente, ela que defende a descriminalização do aborto e, portanto, o assassinato de milhões e milhões de crianças inocentes — os anjinhos de Deus. Vale aqui citar a lição do jurista italiano Pietro Ellero (Pádua, 1883, Roma, 1933) que disse que a difícil missão de julgar foi usurpada pelo homem a Deus. São os esfarrapados julgamentos humanos, lamentavelmente.
» Joares Antonio Caovilla,
Asa Norte

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