Correio Braziliense
postado em 16/07/2020 04:07
Os últimos quatro meses deste ano têm sido, sem sombra de dúvida, o período mais desafiador da história do Distrito Federal e seus moradores. Sejamos honestos, não há poesia alguma no isolamento social. Sobram angústia, medo, saudade de tudo um pouco: de estar com as pessoas e do trivial — acordar, tomar café, ir para o trabalho, academia, passeio no parque. Mas com o vírus aí fora, não dá. Não sem entrar no macabro jogo da roleta-russa, cuja consequência pode ser a própria morte ou a de alguém muito próximo.
De concreto, temos que, até 25 de julho, segundo o próprio GDF, os brasilienses enfrentam o pico das infecções e mortes. Isso significa que os números de contágios e mortes vão continuar crescendo até lá para, só depois de um tempo (não se sabe quanto), começar a estabilizar, no que se chama de platô. Queda de infeções e óbito, ninguém sabe quando começa a ocorrer.
Apesar desse cenário, o governador Ibaneis Rocha (MDB) decidiu apostar na reabertura de praticamente todos os setores. Ontem, bares e restaurantes abriram as portas. Alunos das escolas públicas retomam às aulas presenciais em 31 de agosto. Academias já estão abertas, assim como os parques. Já que quase tudo pode, o momento exige de cada brasiliense uma postura de responsabilidade consigo mesmo e com o próximo.
Não está escrito, em nenhum decreto, que você precisa ir a qualquer estabelecimento comercial só porque, agora, ele pode funcionar. Não é porque o parque está aberto para atividades físicas, que você tem a obrigação de correr ou caminhar por lá, onde, aliás, tem um grande índice de usuários desrespeitando a obrigatoriedade do uso de máscara, por exemplo.
O governo diz que a população terá leito, insumos, medicamentos e profissionais de saúde em número suficiente para atender a todos os que precisarem de socorro. Os dados da chamada Sala de Situação, mostram, diariamente, que o cobertor é curto, apesar da ampliação do número de leitos e da contratação dos profissionais de saúde. Têm sido, cada dia mais recorrente, situações em que todos os leitos disponíveis de algumas unidades de saúde estão ocupados.
E se, justamente num dia como esse, você ou um familiar precisar de uma internação de urgência? Vale a pena arriscar a vida saindo de casa sem que seja extremamente necessário? Não há, ainda, remédio ou vacina para curar o coronavírus. Portanto, se conseguir, cumpra o isolamento social. Caso contrário, use máscara, lave bem as mãos, ande com o vidrinho de álcool em gel. Nada é mais precioso do que a vida. Isso tudo vai passar.
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