Opinião

Visto, lido e ouvido

Amazônia vilipendiada a cada dia

Correio Braziliense
postado em 24/07/2020 04:14
Gigante na produção mundial de grãos e de proteína animal, o Brasil deveria, por conseguinte, assumir, também, um protagonismo amplo e repreensível na defesa de suas riquezas naturais. Como se sabe, é da terra e da água que vem toda essa riqueza que estabiliza nossa balança comercial com o restante do planeta.

O chamado agronegócio encontrou no Brasil condições únicas para se tornar o que é. No entanto, não tem respondido à altura quando o assunto é evitar que a exploração excessiva leve ao esgotamento irremediável da terra. São extensas áreas que esse tipo de negócio explora com a avidez de máquinas gigantes, sem remorsos e sem se importar com questões como o futuro. Pelo contrário. Quando os empresários desse ramo, normalmente formado por grandes empresas internacionais, ouvem falar em preservação, a primeira ação que adotam é chamar a polícia para conter o que denominam de ambientalistas lunáticos.

É inconteste que o agronegócio, pela forma e pelo modelo de exploração com que age, tornou-se o maior responsável pelo desmatamento ilegal. O aumento sucessivo da produção, com geração de lucros espantosos também para um reduzido número de grandes produtores, implica, necessariamente, na ampliação das áreas a serem utilizadas para o plantio de commodities e para a criação de animais. Quando, a cada ano, o governo anuncia orgulhosamente o aumento da safra, esquece de dizer que, por trás de cada supersafra, está o desaparecimento definitivo de florestas nativas, com toda a riqueza biológica que contém, formadas por espécies que sequer chegamos a conhecer. É o preço do progresso que levou o Brasil a ser o celeiro do mundo, dizem.

Quando não é o gado, a soja, o algodão e o milho, todos derivados de sementes transgênicas e que utilizam pesticidas e outros ditos defensivos supervenenosos, proibidos pelo mundo. Homens, plantas e animais, nossa maior floresta sofre com a derrubada de madeira nobre, a exploração do óleo de palma, a mineração e a grilagem desenfreada. Todas essas calamidades, cometidas em nome de lucros, deixam um rastro e um passivo incomensurável de prejuízos, acelerando, ainda mais o processo de aquecimento global e morte da Terra.

Por permitimos a devastação, sem precedente, de nossas riquezas naturais, somos vistos pelo restante do planeta como párias. Nossos produtos, colocados nas prateleiras dos supermercados de todo o mundo, mesmo com preços competitivos, vêm sofrendo um aumento significativo de ações de boicotes por parte das populações informadas de que são obtidos em detrimento do meio ambiente. Estamos, por conseguinte, na contramão do mundo. Não bastasse esse rol de calamidades intencionais e que poderíamos frear, as queimadas frequentes e cada vez mais intensas dão um retoque final na destruição de nossas riquezas naturais.

Dados confiáveis esclarecem que, entre 2000 e 2012, cerca de 75% do desmatamento global ocorreram para abrir passagem para o agronegócio, sendo que a maioria dessa derrubada foi  totalmente ilegal e feita debaixo do nariz das autoridades. Esse é um negócio que movimenta a bagatela de US$ 61 bilhões anuais. Para se ter uma ideia, o aumento do desmatamento na região amazônica cresceu 24% apenas nos seis primeiros meses deste ano e foi o maior dos últimos 10 anos. Perdemos, naquela região, um campo de futebol por minuto, destruídos ou vilipendiados pela ganância daqueles que buscam lucros fáceis e imediatos.
Cientistas do Brasil e de todo o mundo têm alertado para as consequências da destruição da Amazônia a curto prazo. Entre os muitos malefícios, esses especialistas apontam para o fim do fenômeno dos rios voadores, que vêm sofrendo alterações importantes no seu fluxo. Por esses rios aéreos, boa parte da umidade da floresta, que viajaria pelo ar, irrigando todo o país, como uma bomba de água natural, trazendo chuvas e resfriamento de grandes áreas, vai deixando de existir, com sérias consequências para todos. As ações para deter a destruição de nossas riquezas ainda são tímidas ou quase inexistentes.


A frase que foi pronunciada
“Devemos buscar sempre, entre o que nos separa, aquilo que pode nos unir, porque, se queremos viver juntos na divergência, que é um princípio vital da democracia, estamos condenados a nos entender.”
Marco Maciel, ex- senador, que completou 80 anos ontem



Estados Unidos

» Nordeste reclama, veementemente, sobre a bússula viciada dos programas de esportes televisionados, que só aponta para Rio de Janeiro e São Paulo. Brasília que o diga!


Questão humanitária

» Aumento do valor de gás durante a pandemia é um abuso injustificável contra o povo. Preparem os bolsos. Empresas aéreas, postos de gasolina, restaurantes, setor imobiliário, hotéis. Quem teve prejuízo durante a pandemia vai se recuperar rapidamente às custas dos consumidores. Isso se o governo não se adiantar.


Ódio

» Tão pacíficos os que pregam o fim do discurso do ódio. Vestidos em pele de cordeiro querem mesmo é desconstruir tudo o que o governo faz por apenas uma forma: o julgamento. Reparem: só julgam e destroem. Nada que edifique ou indique alguma ação para o país deslanchar na política, economia e socialmente.



História de Brasília
Falta, agora, que a comissão nomeada pelo Ministério da Aeronáutica receba o serviço executado, e autorize o pagamento de fatura final. Acham algumas fontes que o ministério ainda não recebeu o serviço, porque o pessoal especializado para conservar os geradores e as luminárias ainda está em treinamento. 
(Publicado em 12/1/1962)

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