Opinião

>> Sr. Redator

Correio Braziliense
postado em 26/07/2020 04:10
(in)Justiça

É vergonhoso o comportamento de alguns juízes deste país. A mulher do laranja Fabrício Queiroz, depois de ser considerada foragida, é brindada com prisão domiciliar para “cuidar” do maridinho, que, dizem ser um homem muito doente, embora as imagens exibidas pelas emissoras de tevê mostrem um indivíduo com aspecto saudável. Ele foi libertado pelo mesmo motivo. As penitenciárias estão lotadas de mulheres que, pela legislação, teriam direito de cumprir pena em regime domiciliar para que ficassem ao lado e cuidando dos seus filhos, pois não representam nenhum risco à integridade das pessoas. Outros sentenciados também teriam o mesmo direito por estarem no grupo de risco. Mas, para esses, a Justiça brasileira não tem nenhum olhar. Contudo, para um apaniguado do Poder, todas as benesses da lei. Para os que têm direitos, os rigores da lei. Vários pesos e várias medidas compõem as réguas da (in)Justiça brasileira. Sabe-se que é um poder que prima pela injustiça contra os mais despossuídos. Resta saber quem está pagando a banca de advogados que trata com zelo e eficiência o ex-assessor do filho do presidente a amigo pessoal do capitão que hoje governa o país.
» Ernesto Bezerra,
Asa Sul


Oligarquia

“Na política dá bem para sentir/Como o homem tem sede de poder,/Os de cima, tem medo de descer/Os de baixo, estão doidos pra subir,/Os de cima, tem medo de cair,/Os de baixo, angariam leite e pão,/Os de cima, tem leite, mas não dão,/No temor que a vaquinha vá embora,/A política tem sido até agora/O problema maior desta Nação/O Nordeste, um senhor discriminado,/Faz cuidado, dá ânsia, traz insônia,/As queimadas cruéis da Amazônia,/Pantanal, está sendo ameaçado/Sete-quedas, foi queda, no passado;/Itaipu, não tem sido a solução./Essa Angra dos Reis, é ilusão/Se eu contar mais profundo o povo chora/A política tem sido até agora/O problema maior desta Nação/Dá pra ver em Vergueiro e em Rocinha,/E outras áreas de classe favelada,/Não se sabe onde a verba é aplicada/Quando rouba é talvez uma galinha/O dilema não é o trombadinha/O problema está mais no trombadão,/Que não paga passagem de avião/E que visita a Suíça qualquer hora,/A política tem sido até agora/O problema maior desta Nação” — alerta o poeta de cordel Oliveira de Panelas, em Problemas políticos (2001). O sistema em que vivemos tem um nome: oligarquia. Uma casta defende os interesses das potências financeiras, que exercem uma influência desmedida na vida política, notadamente graças às mídias de massa e aos lobbies. No sistema oligárquico, a casta dos dirigentes reúne os poderes econômico, político e midiático. Este sistema visa manter os privilégios dos ricos, desprezando as urgências sociais e econômicas. O sistema oligárquico visa à estabilidade da ordem que mantém os privilégios dos poderosos. No entanto, ele não consegue sufocar a cultura democrática que impregna as sociedades ocidentais, tampouco destruir totalmente os instrumentos da representação, mesmo que os tenha amplamente pervertido pelo dinheiro. O que está em jogo é a existência de uma sociedade humana estável e pacífica, que garanta a cada ser humano uma existência digna.
» Marcos Fabrício Lopes da Silva,
Asa Norte


Incomparável

O Supremo Tribunal Federal, especificamente o ministro Alexandre de Moraes, exigiu, sob ameça de multa de R$ 20 mil por dia, a retirada de páginas virtuais de bolsonaristas que, além de agredir as instituições e autoridades dos poderes da República, em ações coordenas para difundir o “ódio”, dividir ainda mais um Brasil polifraturado. O intuito é muito claro aos que, há algum tempo, vem observando os arranjos e narrativas da ultradireita brasileira, empenhada em ressuscitar o regime  exceção, com a privação dos direitos e liberdades individuais. O mundo mudou e avançou nas relações entre Estado e sociedade. Governar bem significa construir e desenvolver políticas públicas voltadas ao bem-estar de todos, com ações inclusivas, com redução da miséria, da fome e quebra das desigualdades socais e econômicas. Os sucessivos governos do país atuam em favor dos mais abastados. Para empresários e industriais nacionais e estrangeiros, há renúncia fiscal, benefícios outros que tornam os empresários cada vez mais ricos e os pobres, miseráveis. O atual governo não inovou de forma positiva Pelo contrário, aprofundou os dramas nacionais. A diferença em comparação com os antecessores é a total e absoluta despreocupação com o que é essencial ao bem-estar coletivo: saúde, educação, segurança, saneamento básico, moradia, cultura e todos os demais serviços indispensáveis seus planos são desorganizados. Para o presidente, o importante é armar a população, facilitando a venda de artefatos bélicos e munições e impedir que sejam rastreados, o que, em outras palavras, significar dificultar a identificação dos atiradores. À beira de completar 70 anos, nunca testemunhei tamanho desprezo com a vida dos brasileiros. E veja que nunca tivemos um magnífico presidente da República. Mas o senhor Jair Messias Bolsonaro é incomparável ao que tivemos de pior na história republicana do país.
» Gilberto Borba,
Sudoeste

Notícias pelo celular

Receba direto no celular as notícias mais recentes publicadas pelo Correio Braziliense. É de graça. Clique aqui e participe da comunidade do Correio, uma das inovações lançadas pelo WhatsApp.


Dê a sua opinião

O Correio tem um espaço na edição impressa para publicar a opinião dos leitores. As mensagens devem ter, no máximo, 10 linhas e incluir nome, endereço e telefone para o e-mail sredat.df@dabr.com.br.

Tags