Cultura, eficiente remédio em tempos de pandemia
Entre as mil facetas proporcionadas pela cultura, a abertura de oportunidades para a realização individual e coletiva das pessoas é o aspecto fundamental e agregador de toda e qualquer sociedade, seja ela do passado, seja do presente. Não seria exagerado supor, então, que, por meio da produção cultural, é possível afirmar que a perpetuação de uma civilização está diretamente ligada à sua capacidade de produzir cultura e, portanto, conhecimento.
Não é por outra razão que muitos estudiosos apontam a cultura como sendo a alma de um povo, capaz de dar impulso e ânimo. Tão importante quanto a identidade dada pela cultura a um povo, comumente chamada de identidade cultural, é o fato de que é por meio dos mecanismos propiciados pela cultura que surgem as possibilidades e os meios para o desenvolvimento das artes, em todas as suas vertentes. E é aí que voltamos ao que concerne à importância que a cultura exerce em momentos especiais, principalmente numa época em que, tangidos pelo medo da doença e da morte, os indivíduos buscam na cultura e, sobretudo, no seu mais importante produto: as artes, a possibilidade de sentir como igual, desfrutando do mesmo destino, seja em tempos de paz ou de guerra.
O teatro, a música, o cinema, a poesia, as artes plásticas e uma infinidade de outras realizações do gênio humano tornam a jornada humana sobre o planeta uma experiência que vale ser vivida, não importando o que se passa lá fora. Nesse aspecto, não importa se a cultura é erudita ou popular. O efeito terapêutico sobre as diferentes pessoas é o que importa. E como importa.
Dentro desse contexto, é fundamental reforçar a contribuição dada pelas mídias sociais na divulgação dos mais variados temas artísticos e culturais. Ouve-se do pagode à música clássica, num toque de dedos. Bibliotecas de todo o mundo estão ao alcance de todos nas redes. Do ponto de vista cultural, as mídias sociais possibilitam desde visitas virtuais a museus e outros sítios de interesse histórico, como leva o internauta a dar um giro pelo mundo, sem sair do lugar.
Não à toa, muitos consideram que o confinamento da pandemia é suavizado com essa porta escancarada para o mundo. Obviamente, chegará um dia em que a pandemia cederá lugar à vida como ela deve ser: livre e plena de futuro. É nas ruas, ou nessa sala de visitas comum e coletiva, que podemos desfrutar a vida com todo o seu potencial, ao vivo e a cores. É preciso lembrar que apenas as cidades mais providas de equipamentos de cultura, como teatro, galerias, museus e outros centros culturais, são as que têm maior capacidade de formar um povo agregador, consciente, alegre ou triste, mas solidário.
Em outros lugares áridos de cultura, sem espaços adequados para o exercício da cidadania e das artes, o retorno das pessoas à normalidade se dará, apenas, pela força da obrigação diária. Sem esses centros de atratividade, desempenhados por esses espaços em que se cultua as artes, o fim da quarentena pode ser até um transtorno.
No caso da capital do país, onde seu principal teatro e sua mais tradicional galeria, representados pelo Museu de Arte de Brasília (MAB), assim como a Biblioteca Demonstrativa e outros espaços voltados à cultura e às artes, continuam fechados e esquecidos, e as poucas livrarias existentes vão fechando as portas uma a uma, melhor mesmo será continuar fechado, também, em casa.
A frase que foi pronunciada
“A cultura está acima da diferença da condição social.”
Confúcio, primeiro grande filósofo chinês do Período das Primaveras e Outonos
Você sabia?
» Um acordo de décadas dá aos brasileiros que trabalham no Japão a possibilidade de usar esse tempo de serviço para a Previdência do Brasil. O tratado é recíproco e tem ajudado muita gente.
Lobby
» Um projeto da então senadora Marta Suplicy, de 2015, proibia o uso de gorduras vegetais hidrogenadas na fabricação de alimentos. À época, a Organização Mundial da Saúde recomendou que os ácidos graxos trans industrializados fossem eliminados de qualquer alimento. Pelo visto, o lobby venceu.
Sem rédeas
» Um pós-adolescente está aparecendo bastante nas mídias sociais enaltecendo a pedofilia, escrevendo livros induzindo o público infantojuvenil a práticas adultas, uma lástima. Somos um país que parece um cavalo solto, livre, correndo pelos campos verdejantes rumo ao precipício.
CNPT
» Quem conhece a Bíblia sabe que a crise dentro da igreja estava prevista. Para quem acredita, assiste de camarote com o terço nas mãos. Veja o que corre nas redes sociais sobre o assunto.
História de Brasília
As ruas de Taguatinga estão infestadas de animais. Galinhos e cães cruzam as pistas a todo instante, como que pedindo à Prefeitura a criação da carrocinha tradicional em todas as cidades. (Publicado em 13/1/1962)
Notícias pelo celular
Receba direto no celular as notícias mais recentes publicadas pelo Correio Braziliense. É de graça. Clique aqui e participe da comunidade do Correio, uma das inovações lançadas pelo WhatsApp.
Dê a sua opinião
O Correio tem um espaço na edição impressa para publicar a opinião dos leitores. As mensagens devem ter, no máximo, 10 linhas e incluir nome, endereço e telefone para o e-mail sredat.df@dabr.com.br.