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Para oposição, auditoria do ITI não produzirá provas

Resultado da análise em computadores da Casa Civil, realizada em tentativa de desvendar quem vazou o dossiê contra o PSDB, deve sair nesta semana

postado em 20/04/2008 19:54
A semana deve trazer novidades no escândalo do dossiê produzido com informações sigilosas sobre os gastos do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso. É aguardada para os próximos dias a conclusão da auditoria realizada pelo Instituto de Tecnologia da Informação (ITI) nos computadores da Casa Civil. O ITI, órgão subordinado à ministra Dilma Rousseff, foi acionado para tentar identificar como se deu o acesso aos registros de FHC e como eles vazaram. A análise foi feita nos mesmos equipamentos apreendidos depois pela Polícia Federal. A avaliação dos adversários do Palácio do Planalto, tão logo houve o anúncio de que o instituto fora acionado, é de que nada de comprometedor seja revelado. O ITI é comandado por Renato da Silveira Martins, nomeado por Dilma. Além disso, os opositores ao governo Lula acham que, sem expertise para investigações criminais, o órgão não tem condições de realizar um pente-fino que possa comprometer autoridades ou servidores do Planalto. Conforme o Correio publicou ontem, a PF também espera concluir a perícia nesta semana. Na sexta-feira passada, agentes policiais apreenderam mais seis computadores e um pendrive (dispositivo de armazenamento portátil) de servidores da Casa Civil que tiveram contato com os documentos sobre os gastos de FHC. No total, são 13 os equipamentos sob perícia. É com base nas conclusões dos peritos que o delegado Sérgio Menezes, que preside o inquérito do caso, deverá começar a fase de depoimentos de funcionários da Presidência. Uma das dificuldades a ser enfrentada por ele e demais investigadores é o compartilhamento de senhas na Casa Civil. Mais de dois servidores dividiam o mesmo código para acessar o arquivo. Um dos caminhos para driblar o contratempo é tentar refazer o caminho das mensagens on-line trocadas entre usuários dos computadores de onde saíram as informações. Desde as primeiras reportagens sobre possíveis irregularidades no uso dos cartões corporativos, já se vão quase quatro meses (leia memória). Enquanto a polícia se encarrega de tentar decifrar quem vazou informações sigilosas da Casa Civil, a CPI mista dos Cartões vasculha, no Congresso, as prestações de contas enviadas pelos ministérios e espera, a partir desta semana, ter acesso a dados reservados dos gastos com cartões e contas tipo B da Presidência.

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