Jornal Correio Braziliense

Politica

Serviço de arapongagem na Infraero

Estatal cria departamento especial para coletar informações consideradas cruciais para a tomada de decisões. Servidores temem o monitoramento.

Especialistas em estratégia militar garantem que a inteligência é a melhor arma para combater o inimigo. A estratégia tem sido levada à sério por diferentes órgãos do governo federal. Muito antes do Palácio do Planalto preparar o dossiê com contas sigilosas do ex-presidente tucano Fernando Henrique Cardoso e deflagrar a crise política do momento, a Infraero, estatal que administra os aeroportos brasileiros, criou uma sessão exclusiva para coletar, produzir, analisar e interpretar dados "necessários à tomada de decisões". Servidores da empresa e pessoas ligadas ao setor temem estar sendo monitorados pela Assessoria Especial de Inteligência Empresarial, que funciona no mezanino do aeroporto de Brasília. Para o comando do setor de inteligência foi escolhido um coronel da reserva da Aeronáutica, Hélcio Medeiros Ribeiro, há 10 anos na estatal. Foi o ex-presidente da Infraero, brigadeiro José Carlos Pereira, quem criou a Assessoria Especial de Inteligência, em 31 de maio do ano passado. Ele argumenta que a idéia inicial era colaborar com órgãos como a Polícia Federal no combate ao tráfico de drogas, armas, carga e também de pessoas nos aeroportos e também trabalhar com estatísticas e informações sobre o setor aéreo. E o atual presidente da estatal, Sérgio Gaudenzi, manteve ativa a sessão de inteligência para, segundo a assessoria de imprensa da empresa, "garantir informações adequadas ao processo decisório, colaborar com o presidente da Infraero e com os diretores". Leia mais na edição impressa desta segunda, 21 de abril