Politica

Dilma tem 10 dias para explicar caso do dossiê

Comissão de Ética Pública da Presidência da República fez pedido após solicitação dos senadores Arthur Virgílio (PSDB-AM) e José Agripino Maia (DEM-RN)

postado em 28/04/2008 21:55
Após reunião nesta segunda-feira, a Comissão de Ética Pública da Presidência da República decidiu pedir informações à ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff, sobre a elaboração do dossiê contra o governo Fernando Henrique Cardoso. O prazo para que a ministra responda é de dez dias. A comissão fez o pedido após solicitação dos senadores Arthur Virgílio (PSDB-AM) e José Agripino Maia (DEM-RN). A oposição acusa a Casa Civil de ter montado e vazado o documento. O colegiado também determinou um pedido de informações ao ministro da Pesca, Altemir Gregolin, acerca das denúncias do deputado Vic Pires Franco (DEM-PA) de que Gregolin teria feito campanha para o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, então candidato à reeleição, em 2006, durante evento oficial do ministério no interior do Pará. A Comissão Ética, criada em maio de 1999, para analisar a conduta de autoridades do governo, decidiu ainda arquivar um último caso: a denúncia de que o ministro das Comunicações, Hélio Costa, teria vendido uma emissora de rádio de sua propriedade a um assessor. Na quarta-feira da próxima semana, dia 7 de maio, Dilma vai ao Congresso para falar à comissão de Infra-estrutura do Senado. Oficialmente, o assunto é o Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), mas na prática a oposição não vai perder a oportunidade de perguntar à ministra sobre acusação de a Casa Civil ter montado o dossiê. A Casa Civil já pediu também mais 30 dias de prazo para terminar a sindicância para apurar quem vazou essas informações. A Polícia Federal também ainda não descartou a possibilidade de ouvir a ministra. Duas pessoas já foram interrogadas, mas o prazo da investigação deverá ser prorrogado. O delegado Sérgio Menezes, que conduz o inquérito, pretende pedir mais 30 dias para a conclusão da investigação que, pelo prazo inicialmente previsto, terminaria na quarta-feira da próxima semana, dia 7 de maio. Depois de firmar um acordo de confidencialidade com Menezes, dois servidores do Palácio do Planalto fizeram importantes revelações sobre o caso. Para a polícia, com o testemunho dos dois, o caso está praticamente esclarecido. O minucioso relato dos dois servidores permitiria ao delegado Menezes traçar o caminho percorrido pelo dossiê, da extração de informações no banco de dados da Casa Civil até o vazamento para a imprensa. Segundo reportagem do jornal O Globo publicada sábado, os dois servidores estavam na ante-sala do ambiente dos computadores de onde o dossiê teria sido extraído. E, a partir dali, teriam testemunhado a movimentação que, mais tarde, resultaria no vazamento para a imprensa de dados protegidos por sigilo. Segundo palavras de um dos investigadores, os servidores estavam na ante-sala onde "tudo aconteceu". A perícia feita nos computadores ainda não foi concluída, mas pode chegar a um resultado nos últimos dias. Os depoimentos continuam nesta semana.

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