postado em 29/04/2008 13:38
O presidente da Câmara, Arlindo Chinaglia (PT-SP), disse ontem que a Polícia Federal fez "arapongagem" na Casa e cobrou explicações do ministro da Justiça, Tarso Genro. A Operação Santa Tereza, da PF, que identificou quadrilha que desviava dinheiro de empréstimos do BNDES, fez imagens de João Pedro de Moura, que foi assessor do deputado federal Paulo Pereira da Silva (PDT-SP) na Força Sindical, circulando no prédio que concentra a maioria dos gabinetes.
Segundo Chinaglia, toda vez que um policial ingressa na Câmara ele se identifica e não sobe armado, mas dessa vez não houve pedido de autorização. "Determinamos que fosse feito um levantamento minucioso para saber quais são as implicações legais da entrada na forma de araponga, sem identificação [na Casa]. Minha impressão é que eles agrediram o Poder ao entrarem sem se identificar." As conclusões podem levar a Câmara a tomar providências "dentro da lei" contra a PF.
As imagens, divulgadas pelo jornal "O Estado de S. Paulo", mostram Moura visitando os gabinetes de Paulinho e do líder do PMDB na Casa, Henrique Eduardo Alves (RN). Ambos negam o encontro e envolvimento com a quadrilha. Moura está preso.
Genro não comentou as críticas de Chinaglia, mas divulgou nota na qual informa que a PF "não está investigando nenhum deputado" nessa operação e que as informações divulgadas na imprensa sobre os dois parlamentares "são de inteira responsabilidade dos veículos que as estão divulgando".
O ministro não confirmou se o inquérito cita os dois parlamentares e pediu ao diretor da PF, Luiz Fernando Corrêa, que investigue como os dois nomes foram parar na imprensa. "Não há nenhuma acusação formulada pela PF a respeito dos deputados", disse.
Paulinho e Alves também procuraram o ministro para pedir explicações. Alves disse que não conhece e que nunca se encontrou com o lobista.