postado em 29/04/2008 13:46
O ministro da Justiça, Tarso Genro, negou na manhã desta terça-feira (29/04) que a Operação Santa Tereza investigue deputados federais. A operação investiga organização criminosa que, além de praticar crimes de tráfico local e internacional de mulheres e explorar atividade de prostituição, participava de fraudes na concessão de empréstimo junto ao BNDES.
Fotos do lobista João Pedro de Moura na Câmara foram incluídas no inquérito, que corre sob sigilo, e divulgadas ontem pelo jornal "O Estado de S. Paulo". Há suspeita de que a PF agiu na Câmara sem autorização da direção da Casa e do Supremo Tribunal Federal. Grampos mostrariam ligação dos deputados Henrique Eduardo Alves (RN), líder do PMDB, e Paulo Pereira da Silva (PDT-SP), o Paulinho da Força Sindical, com a suposta liberação fraudulenta de empréstimos.
O ministro afirmou que deve receber ainda hoje informações do diretor da PF, Luiz Fernando Corrêa, se a "publicitação" dos documentos do inquérito foi feita de maneira regular. "Se houve atitude de algum policial de oferecer à imprensa ou se foi oferecido por algum advogado. Os advogados tiveram acesso ao inquérito", afirmou.
Outro esclarecimento que o ministro disse ter solicitado é se o manual dos procedimentos de prisões foi cumprido no momento das detenções. Ou seja, se foi seguida a orientação de não expor as pessoas nem infringir qualquer humilhação no momento da prisão. Tarso acredita que faltou cautela da PF em São Paulo. "As pessoas que são detidas podem entrar por trás, mas entraram pela frente e foram expostas (à imprensa). Foi um procedimento equivocado", observou.