Politica

Tarso responsabiliza advogados por vazamento de operação

Informações tornadas públicas colocaram dois deputados, Paulinho e Henrique Eduardo Alves, como suspeitos

postado em 29/04/2008 17:01
O ministro Tarso Genro (Justiça) responsabilizou nesta terça-feira os advogados dos acusados na Operação Santa Tereza de terem vazado as informações da ação conduzida pela PF (Polícia Federal). Segundo o ministro, disquetes com os dados foram repassados aos advogados que tornaram públicas as informações levantando suspeitas contra dois aliados do governo: os deputados Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN) e Paulo Pereira da Silva, o Paulinho da Força (PDT-SP). "O que se presume é que algum advogado o fez, e tem o direito de fazê-lo, não havia nem há até agora segredo de Justiça, então o advogado divulgou", afirmou Tarso, que antes de convocar entrevista coletiva para falar sobre o vazamento, conversou com o diretor-geral da PF, Luiz Fernando Corrêa. O ministro disse que a conseqüência da divulgação das informações da Operação Santa Tereza são deduções do envolvimento de parlamentares. Para ele, os advogados de alguns dos acusados deram divulgação aos dados para que o caso pudesse ser julgado pelo Supremo Tribunal Federal (STF). "Qual é a conseqüência disso? É uma presunção que deputados estavam sendo investigados, mas os deputados não sendo investigados nem estão sendo acusados pela Polícia Federal neste inquérito. O que pode ser uma tática de defesa, para tentar mencionando nomes de deputados, levar o processo para o Supremo", afirmou ele. Tarso criticou a suposta tática de defesa. "Se isso foi uma tática, foi uma tática inadequada que o processo não versa sobre o comportamento de deputados, portanto tem um foro bem fixado, sem qualquer tipo de relação com investigação no Supremo", disse ele. Ação Na última quinta-feira, a PF iniciou a Operação Santa Tereza, que investiga a ação de um grupo acusado de envolvimento com tráfico local e internacional de mulheres, exploração de atividade de prostituição e em fraudes em concessão de empréstimo do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). Segundo as investigações, o deputado Paulinho da Força Sindical teria um plano para criar "um escândalo" e afetar o prefeito Gilberto Kassab (DEM-SP) e o então secretário municipal do Trabalho, Geraldo Vinholi (PDT-SP). De acordo com o jornal "Estado de S. Paulo", as apurações também teriam chegado a Henrique Eduardo Alves. Entre os detidos estão o advogado Ricardo Tosto - um dos mais famosos de São Paulo - e o executivo Boris Timoner. Tarso confirmou ter conversado com Henrique Eduardo Alves e Paulinho sobre as investigações da PF. Segundo o ministro, os deputados o procuraram para saber informações sobre o suposto envolvimento deles na Operação Santa Tereza. Em relação às críticas do presidente da Câmara, Arlindo Chinaglia (PT-SP), que reclamou ontem da PF por ter feito "arapongagem" na área da Casa, Tarso disse não ter recebido queixa alguma do colega petista. Mas negou que a polícia tenha extrapolado suas ações na Câmara. "Aquele local é um local público, portanto aquele cidadão estava sendo investigado, essa filmagem foi feita no corredor. Não devassou o plenário nem o gabinete do deputado. Não houve violação à Câmara", disse Tarso.

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